O release (parte do material de divulgação de um trabalho habitualmente enviado à imprensa) de “A Música do Músico”, novo disco de Moacyr Luz, o "Moa", se inicia trazendo verdades verdadeiríssimas sobre o artista: "Graças à sua alma boêmia, Moacyr Luz conhece o Rio de Janeiro como poucos", está escrito, em referência ao compositor e músico, hoje com 64 anos, ser frequentador assíduo "de botequins, das casas, becos e vielas, desde seus personagens mais ilustres aos estabelecimentos anônimos, mas não menos importantes para a vida pulsante da cidade".
Neste novo trabalho, que aterrissou nas plataformas digitais no último dia 28, Moa convidou 11 parceiros instrumentistas e compositores, mas com um denominador comum: todos moradores ou nascidos na cidade do Rio de Janeiro. Mais que isso, amigos, já que, nesse caso, a parceria pressupunha a existência de um vínculo afetivo. A saber: Carlinhos 7 Cordas, Ricardo Silveira, Cristóvão Bastos, Alaan Monteiro, Bebê Krammer, Hamilton de Holanda, Zé Paulo Becker, Rogerio Caetano, Paulo Malaguti Pauleira, Carlos Malta e Guinga.
Foram cinco anos de trabalho até o disco ser considerado finalizado, mesmo porque, no meio do caminho, todo mundo sabe, havia uma pandemia.
Com muitas novidades a bordo, pois, "A Música do Músico" tem lançamento em show agendado para o dia 23 de novembro, na Sala Municipal Baden Powell, em Copacabana, no Rio. Em Belo Horizonte, por ora, ainda não há evento marcado. Em entrevista ao Magazine, Moacyr Luz, que neste 2022 completou 45 de carreira, citou alguns bons momentos do processo de feitura do álbum. "Um (momento) muito bacana foi o fato de termos convencido alguns músicos, profissionais que ficam sempre atrás do cantor, a, dessa vez, soltarem a voz. E eles cantaram brilhantemente: Cristóvão Bastos, Rogério Caetano, foram algumas surpresas incríveis. As vozes deles marcando presença nas faixas", festeja.
Outro aspecto que ele ressalta refere-se à tarefa nada simples de letrar as melodias dos parceiro. "Acho que é um desafio empolgante você desvendar o que aquela música que dizer, que história ela guarda, como ela quer ser notada. A partir dessa descoberta, você começa a procurar as palavras, a buscar a métrica ideal para cada melodia. Cada amigo meu, cada instrumentista traz uma característica pessoal, de onde veio, onde nasceu. A cidade de Los Angeles, por exemplo, sempre me lembra o Ricardo Silveira, porque ele estudou por lá", exemplifica. Mas, bem, em seu espírito, o novo disco faz uma reverência certeira: ao Rio de Janeiro.
A depender da opinião dos parceiros, Moa foi plenamente feliz na realização do desafio de letrar, como enfatiza, por exemplo, Hamilton de Holanda. "O Moacyr é um homem muito culto, uma pessoa que consegue, com uma habilidade ímpar, colocar em palavras a ginga do povo brasileiro. Essa malemolência, e que tem essa conexão muito forte com o dia a dia do povo brasileiro. As músicas dele são crônicas. Na verdade, é uma grande honra participar desse projeto. Nós já temos algumas parcerias e, desde a primeira vez em que eu mandei uma melodia pra ele, e ele me devolveu a letra, percebi que sabe 'rachar' as palavras de cada melodia, é impressionante", comenta.
Neste disco, Holanda divide com ele os créditos de “São Dois Irmãos”. "Além de ter feito uma letra consistente, com balanço, Moa fez referência, de uma forma muito sutil, a um fato da minha própria vida. Ele pontua várias coisas poeticamente, e cita 'Flor Amorosa' (de Joaquim Callado e Catulo da Paixão Cearense), remetendo a meu irmão, Fernando César, com quem aprendi a tocar bandolim e violão na casa do meu pai. Na verdade, a gente toca até hoje. Achei de uma sensibilidade, ele incluir, dessa maneira tão sutil, essa referência à minha própria vida! Enfim, é um prazer fazer parte desse trabalho com outros músicos maravilhosos também. Acho que a galera vai gostar", vaticina.
Moacyr Luz devolve o elogio ao amigo e o estende aos demais companheiros de empreitada: "Hamilton de Holanda, Paulinho Malaguti, Carlos Malta, Guinga... Todos, enfim. São artistas geniais, com técnicas impressionantes em todos os naipes. Tudo isso foi fascinante pra mim".
Faixas:
01. O Barato do Lugar (Bebê Kramer e Moacyr Luz)
02. Peladeiros (Rogério Caetano e Moacyr Luz)
03. O Elefante (Ricardo Silveira e Moacyr Luz)
04. Dobrando a Carioca (Guinga e Moacyr Luz)
05. Aplauso Final (Alaan Monteiro e Moacyr Luz)
06. Ladeira de Santa (Carlinhos 7 Cordas e Moacyr Luz)
07. Índia Flor (Carlos Malta e Moacyr Luz)
08. Taberna e Purpurina (Zé Paulo Becker e Moacyr Luz)
09. O Tom da Despedida (Paulo Malaguti Pauleira e Moacyr Luz)
10. Sagitário (Cristóvão Bastos e Moacyr Luz)
11. São Dois Irmãos (Hamilton de Holanda e Moacyr Luz)