Em tempos em que o poder e a importância da arte devem ser reforçados, o artista mineiro Marcelo Heidenreich criou a instalação poético-participativa “Minas reaGis”, nascida em meio à pandemia e que continua aberta ao público no Museu de Congonhas. Segundo Heidenreich, mediador do museu há quase seis anos, o visitante é parte da exposição e o experimento teve como eixo formador a poesia concreta de Décio Pignatari, Augusto de Campos, Haroldo de Campos e a arte ambiental de Hélio Oiticica: "Uma ideia de poesia em movimento. Cada pessoa vai sentir a exposição de uma forma, nada é estático. A este meu trabalho, e aos próximos que pretendo executar nesta linha, eu chamo o processo de ‘descobrindo a quarta dimensão da poesia concreta’".
Viabilizada pela Lei Aldir Blanc, a exposição está em cartaz no Museu de Congonhas de terça a domingo, das 9h às 17h. A partir de outubro, ela seguirá em itinerância por outras cidades mineiras.
O artista conta que “Minas reaGis”, que traz a reflexão do que é ser mineiro e o questionamento sobre a humanização do povo de Minas, é o primeiro de uma série de outros trabalhos que pretende realizar como desdobramentos de suas pesquisas, principalmente no conceito de que "o museu é o mundo" e qualquer lugar, público ou não, pode ser tela e palco para a arte.
Marcelo Heidenreich também é músico e, em 2021, lançou seu primeiro álbum. "Welcome to Brazil - Carta do Redescobrimento" tem 12 faixas autorais com a participação de artistas nacionais e internacionais. Para o artista, "Minas reaGis" dialoga intimamente com sua produção musical. “A exposição nasceu dentro das pesquisas para a criação do meu álbum. Inclusive, ‘O Mundo é uma Balança’, uma das faixas do disco, faz referência à obra. Do estudo da arte vanguarda brasileira surgiu a ideia de fazer esta instalação”, explica.