A soprano brasileira Camila Titinger é uma das convidadas deste sábado (10) da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, em mais um capítulo da Maratona Beethoven, que contará, ainda, com a presença do ator Antonio Grassi. A regência será de José Soares, regente-assistente da Filarmônica. Na programação, as obras "Abertura Coriolano, op. 62", "Ah! Perfido, op. 65" e "Egmont, op. 84". Marcado para às 18h, o concerto será transmitido ao vivo pelo canal da Filarmônica no YouTube e pela Rede Minas. Camila participará da execução das duas últimas obras citadas.
"Neste ano em que Ludwig van Beethoven é celebrado pelos seus 250 anos, eu vou interpretar a ária de concerto para soprano e orquestra 'Ah, Pérfido, op. 65', e também uma de suas mais importantes composições, 'Egmont, op. 84'", diz ela, exaltando mais um capítulo de sua parceria com a Filarmônica. "Uma parceria que é muito especial para mim, pois eu tive o privilégio de participar do concerto de comemoração dos 5 anos da sala Minas Gerais. E é com muita felicidade que volto ao palco desse espaço amado em tempos tão difíceis". O concerto ao qual Camila se refere aconteceu em fevereiro, ainda presencialmente. Na ocasião, a obra executada foi a "Sinfonia nº 2 em dó menor - Ressureição", de Mahler.
Ao Magazine, Camila Titinger especificou um pouco mais sobre "Egmont" (1809/1810). "Para quem não sabe, a obra é uma música incidental, ou seja, acompanha uma obra teatral. Neste caso, foi composta por Beethoven em cima da peça de mesmo nome de (Johann Wolfgang von) Goethe". Ela pontua que muitos vão reconhecer a famosa abertura, que é seguida de uma sequência de nove peças para soprano, narrador e orquestra. "A interpretação desta obra é baseada numa história verídica, entre o conde Egmont e os governantes espanhóis, e que ocorreu no século 16. 'Egmont' é um manifesto político, que expressa o desejo dele por justiça e liberdade nacional, que são opostas à autoridade despótica do duque de Alba. As canções que fazem parte dessa obra e que serão cantadas por mim são as da amante de Egmont, que, diante de seu fracasso ao tentar salvá-lo de sua sentença de morte, em desespero põe fim à sua própria vida. Os títulos em português são: 'O Tambor Agitou-se' e 'Alegre e Triste'", explica.
Migrando um pouco para a outra obra que vai interpretar, também de Beethoven, Camila explana sobre a ária de concerto "Ah, Perfido, op. 65". "A cena e ária para soprano e orquestra é uma das primeiras obras de Beethoven, e ela foi composta com a letra de Pietro Metastasio, que foi quase um ícone da música vocal do século 18. Encontramos, nesta obra de Beethoven, um contraste máximo, no qual a dor esbarra na raiva, e o desespero, contra a saudade. O contexto dramático da ária é baseado na relação entre os personagens Deidamia e Aquiles, e retrata o desespero da mulher abandonada pelo antigo herói".
Ela frisa que a ária começa com um recitativo longo e tempestuoso, "para que a heroína expresse o seu desprezo absoluto, que em seguida se transforma num lamento".
Em tempo: no dia 15, às 20h30, ao vivo da Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais começa a explorar as sinfonias de Beethoven. Com regência do maestro Fabio Mechetti, serão interpretadas a "Sinfonia nº 2 em Ré maior, op. 36" e a "Sinfonia nº 7 em Lá maior, op. 92", do compositor alemão. Já no dia 22, às 20h30, também da Sala Minas Gerais, a Filarmônica interpreta duas obras de Beethoven: "As criaturas de Prometeu, op. 43" (excertos) e a "Sinfonia nº 1 em Dó maior, op. 21". Regência também de Mechetti.
No dia 31, às 18h, com Mechetti mais uma vez na batuta, a Filarmônica convida o violinista Rodrigo de Oliveira, músico da orquestra, para interpretar o "Romance nº 2 em Fá maior, op. 50", de Beethoven. Ainda no programa, outras três obras do compositor. São elas: "Quarteto de cordas em dó sustenido menor nº 14, op. 131" (versão para orquestra de cordas), "Danças Alemãs, WoO 8" e "Fidelio: Abertura, op. 72c.
Maratona Beethoven. Sábado, 10, às 18h. Ao vivo no canal da Filarmônica no YouTube (fil.mg/youtube) e na Rede Minas de Televisão.