Televisão

'Vivo ou Morto': Globo exibe especial gravado em Minas com elenco mineiro

Programa, que vai ao ar neste sábado (23), propõe, de maneira bem humorada, uma reflexão sobre o papel da arte e do artista no Brasil

Por Renato Lombardi
Publicado em 22 de dezembro de 2023 | 07:00
 
 
 
normal

Esta história podia, perfeitamente, começar com a famosa frase: “Era uma vez”. Mas, aqui, deixamos de lado o universo dos contos de fadas e somos transportados para o interior de Minas Gerais, na fictícia cidade de Paraíso. É lá onde vivem Chico Santo e Zé Bento, personagens centrais de “Vivo ou Morto”, especial de fim de ano que a Globo em Minas exibe neste sábado (23). Produção 100% mineira, o telefilme é escrito e dirigido pelo cineasta Diego Rocha e propõe, de maneira bem-humorada, uma reflexão sobre o papel da arte e do artista no Brasil.

Em “Vivo ou Morto”, Chico Santo é um jovem que sonha em ser um grande artista. Artesão, ele confecciona esculturas sacras em madeira, mas faltava o reconhecimento pelo trabalho. Quando os negócios começam a ir de mal a pior, ele decide embarcar em uma ideia de seu amigo, Zé Bento: fingir-se de morto e, assim, conseguir se livrar das dívidas. Porém, essa aventura toma uma proporção que Chico não imaginava e leva o artesão a refletir sobre a vida.

“O Chico é uma pessoa muito introspectiva, é tímido, na dele. Ele não tem redes sociais, não sabe mexer direito nas tecnologias”, define o ator mineiro Ian Braga, que interpreta o artesão no especial. “Ele fica ali, vendendo a arte dele, na lojinha que tem em Paraíso. Só que está passando por um momento difícil, porque não consegue pagar todas as contas, não tem dinheiro suficiente. Ele acaba contraindo muitas dívidas e é ameaçado de morte pelo Tonhão Madeira (Júlio Vianna). É aí que o Zé Bento dá a ideia de Chico fingir que morreu”, explica.

A partir daí, a vida de Chico Santo vira de cabeça para baixo. “A partir do momento que ele finge que morreu, as pessoas dão mais atenção para a obra que ele fez, para tudo que ele construiu artisticamente. Chico começa a ser valorizado, a vender muito e a ganhar dinheiro. Só que ele não consegue aproveitar esse momento de sucesso porque, teoricamente, ele está morto. E ele se enfia em uma enrascada para voltar ao mundo dos vivos”, adianta Ian Braga, que preferiu não dar spoiler sobre o desfecho de “Vivo ou Morto”.

 

“O grande mote do filme, para mim, é isto: o artista se ver valorizado quando ele já não está mais aqui, e querer fazer parte desse momento”, completa o intérprete do Chico Santo. O também mineiro Juan Queiroz, que interpreta o personagem Zé Bento, concorda com o colega de cena e, ao analisar o telefilme, acrescenta: “O artista só vale, só é reconhecido, quando não tem voz ou quando se vai”.

Para Queiroz, Zé Bento “tenta entender o mundo com esperteza”. “Ele se perde e se organiza dentro daquele lugar, daquela cidade. Ele é malandro e poderia, também, facilmente, ser o CEO de uma empresa”, diz o artista, que celebra o fato de, pela primeira vez, interpretar um personagem que o possibilitasse brincar em cena. “Pude observar as pessoas e trazer traços para o personagem, que é um dos trabalhos mais gostosos”, comenta.

Gravações aconteceram na cidade de Itapecerica

A história de “Vivo ou Morto” se passa na fictícia Paraíso, mas o cenário é real. As gravações aconteceram em agosto, na cidade de Itapecerica, no Centro-Oeste de Minas Gerais. “Gravamos por lá por cerca de dez dias. Foi muito gostoso estar ali, que é uma cidade acolhedora”, diz Ian Braga. Para Juan Queiroz, gravar no município mineiro foi algo especial. “Minha mãe é da cidade de Oliveira, e as pessoas de Itapecerica me lembraram muito aquele lugar. Eu gravei ‘chorrindo’, foi emocionante mesmo”, afirma.

O intérprete de Zé Bento faz questão de exaltar o momento do audiovisual mineiro, com produções conquistando mais espaços e visibilidade, preservando e enaltecendo características do Estado e da população. “Para mim, é sensacional. Quando eu comecei no teatro, ouvia muito sobre a neutralização do sotaque. Mas aí você via um ‘carioquês’ pesado ou um sotaque paulista nas produções. Não que seja ruim. Mas, de fato, o que é essa neutralidade?”, analisa.

“A gente está ganhando espaço com Renato Novais, Grace Passô… Tem um mundo de produtores aqui com projetos que o resto do país não consegue não assistir”, pontua Juan Queiroz, que comemora esse movimento de colocar os mineiros na tela e fazer o público se reconhecer ao ver esses trabalhos. Tanto Juan quanto Ian fazem questão de destacar o elenco mineiro, que também inclui a premiada atriz Rejane Faria, como essencial para o resultado que o público vai ver na TV.

Serviço

O especial “Vivo ou Morto” vai ao ar na Globo em Minas neste sábado, a partir das 15h15, após o “Rolê nas Gerais”. O programa também será disponibilizado no Globoplay. O telefilme é uma produção da Globo 
em Minas, em parceria com a Globo Filmes e com a Gibraltar Filmes.

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!