Lançamento

Zélia Duncan autografa seu primeiro livro na capital mineira

A cantora e compositora acaba de apresentar a seu público Benditas coisas que eu não sei – Músicas, memórias, nostalgias felizes

Por Patrícia Cassese
Publicado em 08 de junho de 2022 | 03:00
 
 
 
normal

Foi em 2015, quando começou a assinar uma coluna no jornal "O Globo", que Zélia Duncan passou a compartilhar com o público uma outra faceta de seu espectro criativo, para além da música. Seus escritos conquistaram de imediato os leitores que, por seu turno, trataram de cobrar da cantora e compositora uma compilação no formato livro. "As pessoas sempre acham, gentilmente, que as crônicas viram livro. Mas eu resisti, achei que tinha uma cara oportunista e sempre fujo desse aspecto, que deve ser observado, mas não perseguido, a meu ver", conta a cantora e compositora ao Magazine.

Passados cinco anos do fim da coluna, os fãs voltam a ter oportunidade de apreciar a escrita de Zélia com o recém-lançado "Benditas coisas que eu não sei – Músicas, memórias, nostalgias felizes" (Editora Agir, 240 páginas), primeiro livro assinado por ela que, vale dizer, será lançado na capital mineira (presencialmente) nesta quarta, dentro do projeto Sempre um Papo - precisamente, a partir das 19h, no auditório da Cemig. Além da tradicional conversa com o produtor, jornalista e escritor Afonso Borges, Zélia vai autografar a obra, que traz desenhos de seu próprio punho, apresentação da poeta Alice Ruiz e pequena resenha de quarta capa assinada pela cantora Fernanda Takai.

Nos 23 capítulos de "Benditas coisas que eu não sei", Zélia Duncan, 57, compartilha momentos importantes de seus 40 anos de trajetória na música. "Tem várias coisas ali, como a primeira vez em que estive com um microfone, aos 5 anos, e a primeira vez em que pisei profissionalmente no palco, aos 16. Conto um pouco sobre a (amiga e colega) Cássia Eller e  o choque de perdê-la (em 2001). E também sobre a descoberta da minha homossexualidade e como eu me procurava nas canções", lista a artista.

Vale dizer que todo o material reunido já foi produzido com vistas ao livro. "Na verdade, tive até vontade de inserir algumas das colunas (do Globo) sim, mas, conversando com a minha editora, chegamos à conclusão de que o ineditismo era importante. E assim foi". No entanto, a obra inclui o que ela brinca ser uma faixa-bônus: o diário, ao final, que escreveu na ocasião das gravações do álbum-manifesto, 'Eu Sou Mulher, Eu Sou Feliz'”.
De acordo com Zélia, a pandemia acabou sendo o impulso que faltava para ela mergulhar de cabeça neste universo da escrita. "O material foi quase todo escrito em isolamento", reforça. Perguntada se, tendo-se acendido a fagulha,  já há uma vontade latente de se aventurar por outros projetos editoriais, ela disfarça: "Uma porta foi aberta, vamos ver o que vale a pena ver passar! O tempo dirá".

Por ora, o lançamento do livro se soma à divulgação dos dois álbuns que também foram gestados "nesse período sombrio": "Minha Voz Fica" (a partir da obra de Alzira Espíndola, ou simplesmente Alzira E) e "Pelespírito", feito em isolamento com parcerias com Juliano Holanda. "Recentemente, estreei com Paulinho Moska o show 'Um Par Ímpar', que tem sido muito bom de fazer. Tudo isso está na roda e outras coisas, que revelarei em outra ocasião, com o maior prazer", diz.

Confira, a seguir, outros trechos da entrevista

Você fala da sorte e do privilégio de ter nascido no seio de uma família que sempre prezou muito a leitura... Queria que falasse um pouco do poder e do encantamento inerentes à arte, à cultura de um modo geral... Da importância na vida de uma pessoa, na condução das relações, no desenvolvimento de uma sensibilidade tão necessária para transitar na sociedade, de uma porosidade que nos permita sermos afetado pelo entorno, ao contrário de nos enrijecermos...

Pois é, esse tema está muito presente no livro e acho importante falarmos sobre ele, principalmente num ano como esse, no qual estamos desembocando numa eleição truculenta, como foi a campanha de 2018 e como têm sido esses últimos sofridos quatro anos, de um governo que despreza a Cultura, a Educação, a Ciência e até a saúde, incluindo o meio ambiente. Ou seja, tudo que deveria nos caracterizar como raça humana é desprezado. Portanto, mais do que nunca temos que aprender a pensar como chegamos a isso e como sairemos desse lamaçal fascista. A arte é sem dúvida uma das respostas e, por isso mesmo, tão atacada.

Serviço
Sempre Um Papo -
 Zélia Duncan conversa com Afonso Borges e depois realiza sessão de autógrafos do livro "Benditas coisas que eu não sei – Músicas, memórias, nostalgias felizes".

Quando. Nesta quarta, a partir das 19h.

Onde: auditório da Cemig (Av. Barbacena 1200, Santo Agostinho).
Entrada gratuita.
Mais informações nas redes @sempreumpapo .

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!