O Tibete, com sua sabedoria milenar, legou ao mundo muito de sua cultura e religião. Seu povo, ainda hoje, consulta o oráculo MO para tomar decisões importantes sobre saúde, trabalho ou viagens. Esse sistema adivinhatório utiliza dados para interpretar as respostas que eles atribuem a Manjushri, o bodhisattva da sabedoria, ou um ser iluminado e motivado pela compaixão por todos os seres.
“Manjushri é reconhecido como a personificação da sabedoria de todos os Budas do passado, do presente e do futuro. Há séculos, as pessoas têm estado seguras de que ele as guiará adequadamente através de suas existências na terra e as levarão, por meio de sua sabedoria transcendental, a aceitar o mais benéfico e abandonar o prejudicial”, explica Maria José Marinho, 92, professora e mestra de ioga há mais de 58 anos e reiki master, que diz ter aprendido o oráculo com seu mestre Rinpoche Kanjoor, há 40 anos, no Tibete.
Ela afirma que relatos originários da Mongólia interior “dizem que esse sistema de adivinhação tibetano é precursor do I Ching e foi criado por Buda com o objetivo de orientar as pessoas em suas decisões e em acontecimentos futuros, assim como educá-las no relacionamento com os seres vivos e com os fenômenos naturais, civilizando a mente humana”.
A professora explica que o método é simples e seguro. “Foi traduzido pelo grande mestre Jamgon Mipham a partir dos tantras sagrados expostos por Buda. O mestre detém autoridade e poder espiritual da sabedoria de Manjushri, o bodhisattva que personifica o conhecimento transcendental de todos os Budas”.
Maria José mostra como o jogo acontece. “Faz-se uma pergunta, e o profissional joga um dado com números e letras e interpreta o resultado usando textos sagrados. Ele é jogado duas vezes para determinar 36 possíveis respostas, que são apresentadas na forma de maravilhosas cartas ilustradas e extensivamente descritas no livro-texto complementar”.
“A prática da divinação se desenvolveu a partir da incorporação da tradição Bon do Tibete ao sistema Vajrayana do budismo e se baseia em uma ideia desenvolvida no Sutra Prajnaparamita: ‘Forma é vazio, vazio é forma’, que implica a conexão entre todas as coisas”, observa a professora.
No Tibete, o uso do MO, ou técnica preditiva, vem atravessando os séculos para apontar caminhos sobre questões de toda natureza, como maus sonhos, o aparecimento de alguma doença, o empreendimento de algum trabalho ou viagem ou mesmo o desejo de se envolver em disciplinas ou práticas espirituais.
SERVIÇO. Para agendar uma leitura de MO: (31) 99145-7178.
Bem maior é o benefício dos seres
Por meio da leitura divinatória do MO, “pode-se determinar o desenrolar feliz (ou não) de acontecimentos importantes, como casamento, negócios, construção da casa ou doença, assim como ocorrências cotidianas, como o início de uma viagem ou a chegada de um viajante”, comenta a professora Maria José Marinho.
Ela revela que, “quando a leitura não é auspiciosa, práticas espirituais como a liturgia do Buda da medicina podem estimular as forças positivas latentes no cosmo”. “No budismo, especialmente na tradição Mahayana, ensina-se que o mais elevado bem é o benefício de todos os seres vivos. Deve-se auxiliar as pessoas dando-lhes ensinamentos espirituais, objetos materiais como medicamentos e alimentos, intrepidez, amor e bondade e aconselhando-os na maneira como lidar com os sofrimentos da existência terrena”, ressalta Maria José.
E finaliza: “As técnicas que usam o dado se ligam a diferentes divindades dentro da tradição tântrica “. (AED)
Sarah Zampier lança “Ela Conversa com as Estrelas”
Em sua estreia na literatura contemporânea, Sarah Zampier, especializada em marketing estratégico e em psicologia transpessoal, narra a trajetória de uma mulher que mergulha no âmago do seu ser e descobre que as escolhas de uma vida reverberam em outras vidas, no livro “Ela Conversa com as Estrelas: Uma História de Autodescoberta e Cura Emocional”.
“A obra joga luz sobre temas universais entrelaçados à espiritualidade. Os desafios da maternidade e paternidade, a validação externa, a quebra de paradigmas, o equilíbrio entre o sagrado feminino e masculino e a expansão da consciência. Falo ainda sobre como o fortalecimento da intuição permite escolhas mais conscientes e decisões mais assertivas; o equilíbrio energético; como a renovação exige desapego e transformação contínua e a consciência coletiva, ou seja, a percepção de que as nossas ações individuais têm impactos no macrocosmo”.
Zampier finaliza salientando que o livro aborda uma visão inspiradora da felicidade, como “uma escolha consciente, enraizada na autenticidade e desvinculada das expectativas externas”. “Uma felicidade que surge ao vivermos conectados com a nossa verdade interior, abraçando os desafios e as belezas da vida”. (AED)
“Ela Conversa com as Estrelas: Uma História de Autodescoberta e Cura Emocional”
Sarah Zampier
Editora Viseu
387 páginas
R$ 86,90
Estante
“A Chave para a Teosofia”, Helena Blavatsky, editora Mantra, 352 páginas, R$ 41.
Originalmente publicada em 1889, a obra apresenta os princípios fundamentais da teosofia, em formato de perguntas e respostas, e conta com prefácio e leitura atualizada pela filósofa Lúcia Helena Galvão.
“Seu Horóscopo Chinês para Todos os Anos”, Neil Somerville, editora BestSeller, 420 páginas, R$ 74,90.
No livro, é possível identificar o seu signo baseado no ano de seu nascimento, descobrir os traços de personalidade característicos dele e seus pontos fortes e fracos e medir a influência dos cinco elementos: metal, água, madeira, fogo e terra.
“Conversa com Deus Pai”, Amanda Vera, editora Principis/Ciranda Cultural, 384 páginas, R$ 59,90.
A autora oferece 365 reflexões diárias, uma para cada dia do ano, que trazem acolhimento e conforto para a alma e reforçam a importância de cuidar da saúde emocional e criar um vínculo maior com Deus.