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Foto: (Pesquisadores do Ipea e do IBGE analisam aspectos da chamada 'gig economy' / Reprodução)

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Pesquisadores do Ipea e do IBGE analisam aspectos da chamada 'gig economy'

Termo é usado para caracterizar relações entre funcionários e empresas que contratam mão de obra para realizar serviços esporádicos e sem vínculo empregatício

Por Cristiana Andrade Publicado em 2 de junho de 2023 | 09h00

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Equipe de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estudam o impacto da gig economy sobre os trabalhadores que atuam no setor de transportes para as plataformas no Brasil. O trabalho mais recente, intitulado “A proteção social dos trabalhadores da gig economy do setor de transporte no Brasil”, usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE para analisar a realidade brasileira. Outro levantamento, feito em 2021, considerou dados da Pnad Covid-19.

 

O termo “gig economy” é usado para caracterizar relações laborais entre funcionários e empresas que contratam mão de obra para realizar serviços esporádicos e sem vínculo empregatício, por exemplo, via plataformas digitais.

 

Precarização

 

“O crescimento de pessoas trabalhando via apps abre espaço para debatermos a precarização do mercado. Se, por um lado, a pessoa ganha independência ao exercer atividade laboral de forma flexível e gerando renda, por outro deixa de ter acesso a direitos trabalhistas e proteção social definidos”, analisam os pesquisadores.

 

O estudo indica ainda que “o trabalho da ‘gig economy’ não tem vantagens como direito a uma remuneração mínima, descanso remunerado, seguro-desemprego, folgas, férias, cobertura da proteção social, entre outros”.

 

“Estamos assistindo a uma grande transformação do mercado de trabalho. Não vai haver emprego para todos, e as inovações tecnológicas mostram que são cada vez mais transportadoras de mão de obra. Muitos países falam em renda mínima, mas teremos de pensar em como a indústria e a ‘gig economy’ vão remunerar esses prestadores de serviços”, diz o pesquisador do Ipea Geraldo Góes, que integra o grupo de estudos.

 

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