Recuperar Senha
Fechar
Entrar

Desperdício no paraíso

Criação de embaixadas reforça união da esquerda populista

Enviar por e-mail
Imprimir
Aumentar letra
Diminur letra
Lula e Fidel Castro tiveram participação ativa no Foro de São Paulo e Brasil, e Cuba lideram o coleg
Lula e Fidel Castro tiveram participação ativa no Foro de São Paulo e Brasil, e Cuba lideram o colegiado
PUBLICADO EM 24/07/13 - 03h00

Caribe. Os reais objetivos do governo petista ao criar novas embaixadas em ilhas do Caribe, que não possuem relações comerciais com o país, não recebem turistas brasileiros nem possuem residentes naturais do Brasil, estão diretamente relacionados a uma política externa que visa fortalecer a chamada aliança bolivariana. Trata-se da união de países que, atualmente comandados por governos de esquerda, querem estender suas influências por todo o chamado Sul-Sul, eixo formado por nações da América do Sul, do Caribe, da África e a Índia. A meta é criar um bloco hegemônico socialista para fazer oposição à influência dos Estados Unidos e da Europa Ocidental, responsáveis, segundo a esquerda populista, pela expansão das políticas neoliberais por todo o mundo.

O embrião dessa estratégia surgiu em 1990, quando foi criado o Foro de São Paulo – uma união de partidos, incluindo o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Comunista Cubano, organizações e movimentos de esquerda que pretendia, naquele momento, barrar o neoliberalismo. A primeira reunião do foro aconteceu em São Paulo, daí o seu nome, e teve como decisão mais importante reverter o isolamento de Cuba e retomar bandeiras socialistas, que estavam desgastadas com o fim da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

A partir daí, e com a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, políticas que eram tratadas no âmbito de partidos e movimentos passaram também a ser adotadas pelo governo federal. Assim, a política externa nos dois mandatos do presidente Lula e, agora, na gestão da presidente Dilma Rousseff, foi marcada por um expansionismo. Lula criou, em suas duas gestões, 40 embaixadas. Dilma já abriu outras oito. De 2003 a 2010, Celso Amorim foi o ministro das Relações Exteriores do governo Lula. Sua gestão foi marcada por iniciativas em favor dos blocos de coalizão em torno do Brasil e pela abertura de embaixadas.

Mas o discurso de Lula na celebração dos 15 anos do Foro de São Paulo, em 2005, mostra de forma inequívoca o direcionamento político. “O Lula que vocês conheceram há 15 anos está mais velho, mas também muito mais experiente e muito mais consciente do papel que temos que jogar na política da América do Sul, da América Latina, da África e, eu diria, na nova concepção de política no mundo inteiro”, afirmou para uma plateia de militantes de esquerda.

Coincidência ou não, dos países da América Latina, além de Brasil, Venezuela de Chávez e Maduro e Cuba de Fidel Castro são os únicos que possuem embaixadas em Barbados, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis e Granada. Os embaixadores dessas representações, entrevistados pela reportagem, não confirmam abertamente a política de aliança bolivariana, mas falam da importância de o Brasil estar presente no Caribe e ajudar as ilhas a “direcionarem um olhar para baixo da linha do Equador”.

Rádio Super

O que achou deste artigo?
Fechar

Desperdício no paraíso

Criação de embaixadas reforça união da esquerda populista
Caracteres restantes: 300
* Estes campos são de preenchimento obrigatório
Log View