CARIBE. Os gastos de R$ 9,15 milhões com as embaixadas do Brasil em cinco ilhas do Caribe – Trinidad Tobago, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, Granada e Barbados –, conforme mostra O TEMPO nesta série de reportagens intitulada “Desperdício no Paraíso”, é criticada pelos líderes da oposição ao governo federal.

O deputado federal e ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra afirmou que na gestão petista o Brasil perdeu liderança externa. “A diplomacia não tem ajudado o Brasil a melhorar. A pulverização de escritórios de serviços, de embaixadas e consulados, sem que esse esforço tenha correspondência nas reais necessidades do país, é o efeito de uma política desprovida de prioridades e que só serve, na prática, de um discurso que só o PT entende”, afirmou.

O parlamentar tucano ainda lembrou que o quadro externo não é muito diferente do interno. “É algo ligado ao discurso de sempre, que o tempo prova ser anacrônico. Uma pena que o Itamaraty também seja contaminado por essa desorientação”, declarou o tucano.

A estratégia do governo petista de reforçar a aliança bolivariana também é criticada por Guerra. “É uma estratégia caótica de parceiros caóticos. Isso não resolve os problemas de dentro do país nem estabelece uma verdadeira política externa que complemente a interna”, concluiu.

Opinião semelhante tem Mendes Thame, que é membro da comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. “É mais um exemplo de instrumentalização do Itamaraty a serviço do PT. Um órgão sério que vem sendo, nos últimos dez anos, submetido a uma política inconsequente e irresponsável, que apoia ditadores com um mão e, com outra, cria problemas comerciais gravíssimos que afetam a nossa economia e contribuem direta ou indiretamente para a desindustrialização”, afirma.

Segundo ele, a “instrumentalização” do Ministério das Relações Exteriores sufoca as iniciativas do Itamaraty que o colocaram, no passado, em posição de vanguarda, como aconteceu em Kyoto, em 1997, e no Rio, em 1992. “Essa estratégia faz mal ao país e desperdiça recursos. A partir de Lula, nossas iniciativas de política externa acabaram”.