A embaixada brasileira em São Cristóvão e Névis é a mais recente da cinco visitadas pela reportagem. Foi criada em 2010, durante o governo Dilma Rousseff e, no momento, aguarda a chegada de um novo embaixador. Ele já foi nomeado, mas só deve assumir o posto em agosto. Até lá, o comando está a cargo da ministra conselheira Ellen Barros, que foi quem recebeu a reportagem. A representação funciona em uma casa em Basseterre, capital do país, ampla e recém-reformada.

Adotando o mesmo discurso de que o importante é o Brasil estar presente na região, Ellen Barros diz que a ausência de comércio e turismo entre o Brasil e a ilha não é motivo para não se manter uma embaixada no local. Mesmo sabendo que, em todo o ano passado, o Brasil exportou apenas US$ 2,53 milhões para São Cristóvão e Névis e importou a bagatela de US$ 593,1 mil. “O Brasil está crescendo tanto que naturalmente vai ocupar um espaço que antes não tinha. O Brasil esteve de costas para o Caribe. Essa realidade está mudando. Mas isso demora tempo. Veja o que aconteceu entre o Brasil e a África”, diz referindo-se ao fortalecimento das relações comerciais entre eles desde 2000.

Na representação trabalham dois servidores do Itamaraty, incluindo a ministra conselheira, e mais cinco contratados na própria ilha. O gasto anual da embaixada é de aproximadamente R$ 1,94 milhão, incluindo o vencimento do embaixador já nomeado, o de Ellen e de mais um diplomata. O orçamento anual da embaixada é de US$ 480 mil, gastos com custeio, manutenção e aluguel de imóvel. Questionada se o investimento era necessário, a ministra conselheira respondeu de forma categórica: “A gente não é um negócio. A gente não é uma empresa. Não tem que se manter somente os postos autossustentáveis. A contabilidade não é essa. Os nossos investimentos não são palpáveis. É algo difuso.” Atualmente vivem na ilha apenas quatro brasileiros, sendo uma delas uma freira em trabalho missionário.