Eleições 2018
Após divergências, Odair Cunha deixa campanha de Pimentel
Ex-secretário de Estado de Governo era coordenador da candidatura petista
30/08/18 - 03h00
Antes chamados de “os três mosqueteiros” pelo governador e candidato à reeleição Fernando Pimentel (PT) durante a disputa de 2014, os deputados federais petistas Miguel Corrêa, Reginaldo Lopes e Odair Cunha não andam com a relação nos melhores dias. Nesta quarta-feira (29), Cunha deixou a coordenação de campanha após pesadas divergências internas com o grupo e outras pessoas próximas de Pimentel. Ao mesmo tempo, segundo interlocutores, há uma tentativa de se retirar a candidatura de Corrêa ao Senado, também por conta de discussões internas.
Odair já vinha com um relacionamento desgastado com setores do governo e do PT há algum tempo, por conta de sua atuação como secretário de Estado de Governo nos últimos anos. Sua saída do posto de coordenador foi decidida em uma reunião depois do ato partidário de lançamento do programa de governo de Lula, ocorrido nesta terça-feira (28) em Belo Horizonte. “A relação estava muito complicada, muito desgastada. Não dava mais para continuar”, conta um membro da campanha de Pimentel. Em conversa com a reportagem de O TEMPO, Odair afirmou que precisa de tempo para se dedicar a sua campanha de deputado federal.
Agora, no lugar do deputado na coordenação da campanha petista em Minas, foi escalado o secretário de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Helvécio Magalhães, que precisou tirar férias de última hora para migrar para a campanha. O secretário já havia recebido o benefício em fevereiro deste ano, fato que gerou discussão interna também na Seplag.
“É uma campanha muito curta, de apenas 30 dias, então o governador criou um comitê executivo para a campanha. Eu vou assumir a coordenação deste comitê, já pedi férias da secretaria para poder atuar”, afirmou Magalhães. Ele argumentou que Odair Cunha estava muito atarefado com sua própria candidatura a deputado. “Mas o Odair, quando estiver por Belo Horizonte, sem dúvidas vai participar do comitê”, garantiu.
Senado. A conturbada situação na campanha petista também tem recaído na candidatura ao Senado de Miguel Corrêa. Reginaldo Lopes estaria atuando no partido para que Corrêa não continue como candidato ao Senado junto da ex-presidente Dilma Rousseff. Entre os motivos estão o desgaste causado pelo envolvimento de Corrêa com o episódio de compra de influenciadores digitais, que envolve uma empresa do deputado, e o crescimento dele em recentes pesquisas internas do PT.
Protestos
Saída. Reunido com reitores de universidades nesta quarta-feira, Pimentel deixou o encontro mais cedo por conta de um protesto de servidores que paralisaram os serviços na Cidade Administrativa.