Eleições em BH

Cazeca fica de fora de propaganda no Rádio e na TV e culpa o partido

Presidência estadual da legenda diz que caso é competência da comissão municipal, que não se pronunciou sobre o assunto

Por Carlos Amaral
Publicado em 09 de outubro de 2020 | 16:14
 
 
 
normal

O candidato Fabiano Cazeca (PROS) não teve seu programa veiculado no primeiro bloco da propaganda eleitoral gratuita na tarde desta sexta-feira (09). Sendo uma das 11 candidaturas aptas a participar da programação obrigatória no período eleitoral, a coligação “A Competência que BH precisa” tem direito a 14 segundos durante o bloco de propaganda e também pode veicular mais 70 inserções diárias nas emissoras abertas, segundo o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).

Em uma nota divulgada logo após a exibição das propagandas na televisão, o candidato disse que o Partido Republicano da Ordem Social (PROS) não havia mandado em tempo hábil o material para veiculação, nem aprovado o chamado plano de mídia (veja nota completa abaixo). Ainda segundo o posicionamento da assessoria da campanha, o candidato pediu uma explicação sobre o ocorrido ao partido e não teve nenhum retorno. Ele então foi à sede da agremiação para tentar solucionar o problema e, não conseguindo mais uma vez a liberação para o plano de mídia, fez um boletim de ocorrência na polícia para registrar o fato.

Segundo o registro da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Cazeca teria tido “um atrito” com o presidente estadual do partido, Leonardo do Carmo de Oliveira Mateus. Na versão de Leonardo, registrada na ocorrência, ele disse que não poderia fazer nada, uma vez que a aprovação do plano de mídia é uma atribuição da comissão municipal do partido.

Nos últimos dias Cazeca tem denunciado a falta de pagamento do IPTU do atual prefeito da cidade, Alexandre Kalil (PSD), em suas participações em debates, entrevistas e nas redes sociais. Nesta segunda-feira (05), o TRE-MG decidiu liminarmente por proibir que Fabiano use dinheiro público em sua campanha enquanto um pedido de impugnação proposto pelo Ministério Público Eleitoral não for julgado. Entretanto, segundo a mesma decisão e confirmado pela assessoria de imprensa da Justiça Eleitoral mineira, o candidato pode continuar a fazer campanha e participar do horário gratuito, desde que use verba particular.

Outro lado

Procurado, o presidente estadual do partido Leonardo do Carmo de Oliveira Mateus, disse que a questão deveria ser resolvida com o diretório municipal da legenda e que ele, apesar de presidente estadual, só havia tentado ajudar Fabiano Cazeca.

O Jornal O Tempo procurou o diretório municipal do partido, que declarou que só o presidente da comissão municipal, César Augusto Ribeiro, poderia falar sobre o assunto. No entanto, César não atendeu nossas ligações até a publicação desta reportagem e também não respondeu nossas mensagens.

Nota enviada pelo Candidato Fabiano Cazeca:

NOSSA CAMPANHA CONTINUA FIRME

Nesta quinta-feira, dia 8 de outubro, recebi com grande surpresa a notícia de que meu partido, o PROS – Partido Republicano da Ordem Social – não havia enviado as propagandas eleitorais de rádio e televisão da minha candidatura à prefeito para que fossem veiculadas no primeiro dia de programa eleitoral, que teve início hoje, dia 9.

Aliás, é importante lembrar que a minha candidatura foi aprovada por unanimidade pelo PROS em convenção. E dias depois conquistamos a aliança com o Partido Trabalhista Cristão (PTC), também por unanimidade, formando a coligação registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) chamada “A competência que BH precisa”.

Solicitei uma posição oficial sobre essa postura do partido, que considero prejudicial à minha candidatura e também à chapa de candidatos à Câmara Municipal de Belo Horizonte. Não recebi. Inconformado, fui até à sede do partido pedir explicações. Também não recebi. Fui obrigado a fazer um Boletim de Ocorrência junto à Polícia Militar para registrar o fato.

Nas propagandas eleitorais da minha candidatura fiz propostas para resolver os graves problemas que hoje estamos vivendo em Belo Horizonte e afirmei uma posição muito firme em relação à atual gestão do município.

Em uma delas, inclusive, denunciei que o atual prefeito de Belo Horizonte, apesar de ter prometido ficar em dia com os impostos do município, continuava devendo o IPTU, algo que considero bastante grave em se tratando do principal mandatário da cidade.

Será que não enviaram as minhas propagandas por censura? Será que não enviaram esta propaganda especificamente por conter uma crítica concreta ao atual prefeito? São perguntas que estão sem respostas. Estou aguardando a posição oficial do partido, uma vez que é muito importante contarmos com a propaganda eleitoral na Televisão e no Rádio para apresentar as nossas propostas e denunciar a incompetência, o autoritarismo e a falta de sensibilidade social da atual gestão.

Tendo em vista a situação, desde ontem, 8 de outubro, já acionei o departamento jurídico da minha campanha para apurar os fatos. Faço questão absoluta de esclarecer essa situação não só para a Justiça Eleitoral, mas para toda a população de Belo Horizonte.

Sei que a nossa candidatura já começou a incomodar os poderosos de plantão. Está incomodando o sistema, o mecanismo, os conchavos da velha política. Mas, quem conhece a minha trajetória, sabe que na minha vida nada nunca foi fácil. Sou uma pessoa movida a desafios.

Sempre tive que batalhar muito para alcançar tudo o que conquistei na vida. Sei superar crises. Sei como enfrentar problemas e encontrar soluções. E não será essa rasteira que vai me derrubar. Nossa campanha continua firme. É Fabiano Cazeca: a competência que BH precisa!

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!