Segurança pública

Eleições em BH: Áurea quer desarmamento gradual da Guarda Municipal

A candidata também defende uma política de segurança baseada na prevenção da violência e não na repressão

Por Thaís Mota
Publicado em 29 de setembro de 2020 | 13:45
 
 
 
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Uma das propostas de Áurea Carolina (PSOL) para Belo Horizonte na área da segurança pública é o desarmamento gradual da Guarda Municipal. Ela defende que políticas de prevenção à criminalidade são mais eficazes que a repressão à violência. O porte de armas é permitido à Guarda desde 2015. 

A candidata à prefeitura da capital acredita que a proposta encontre resistência da própria Guarda, mas defende que é preciso mudar a forma de fazer política pública de combate à criminalidade.

“É possível que haja resistência porque essa cultura militarizada e de repressão está muito disseminada na sociedade brasileira e, em Belo Horizonte não é diferente. Mas, a gente precisa construir isso com diálogo e demonstrando com evidências que nós vamos caminhar numa direção muito mais resolutiva dos problemas, muito mais efetiva e que protege a vida, inclusive dos trabalhadores”, afirma.

Ela propõe políticas de prevenção à criminalidade a partir da educação de crianças e adolescentes e da inclusão social. “Não adianta achar que é só aumentando repressão e armamento que a gente vai ter uma cidade melhor. Não vai porque continua lá na origem tendo a reprodução do problema de crianças e adolescentes que não estão nas escolas como deveriam ou que não têm uma proteção social como deveriam”, afirma. 

Em relação aos recursos destinados para segurança pública, que em 2020 tinha previsão de receber menos de 2% do orçamento total da o Executivo, Áurea Carolina afirma que antes de qualquer mudança é preciso um diagnóstico para identificar os principais tipos de violências registrados na capital.

‘A gente precisa compreender o fenômeno das várias violências: a violência contra jovens negros e pobres nas periferias, a violência machista e os feminicípios, a violência contra pessoas LGBTI e  pessoas em situação de rua, entre várias outros grupos. E hoje não temos um documento que seja atualizado periodicamente com séries históricas pra gente ver como que esses problemas estão se comportando em BH”, disse.

Ela ainda acrescentou que, atualmente, a maior parte do orçamento é destinado ao armamento da Guarda Municipal e a sistemas de videomonitoramento, e pouco ou nada é investido em políticas de prevenção à violência. “A gente precisaria inverter essa lógica e aumentar drasticamente a destinação de recursos para políticas de prevenção porque é isso que dá sustentabilidade no tempo para que Belo Horizonte se torne uma cidade mais segura para todo mundo”, concluiu. 

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