Índice de popularidade digital

Kalil inicia a campanha com mais força digital, aponta IPD; Engler é segundo

Índice desenvolvido pelo instituto Quaest aponta força de cada um dos candidatos de BH na internet

Por Franco Malheiro
Publicado em 28 de setembro de 2020 | 06:00
 
 
 
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Pelo menos neste início de campanha o atual prefeito Alexandre Kalil (PSD) é o candidato mais conhecido digitalmente dentre os 15 que vão disputar a cadeira do Executivo de Belo Horizonte. Em uma escala de 0 a 100, Kalil apresenta um desempenho de 80,11 em sua popularidade digital, enquanto o segundo colocado, Bruno Engler (PRTB), que trava uma disputa interna para definir sua chapa, aparece com 45,15. Isso é o que mostra o ranking de Índice de Popularidade Digital (IPD) dos candidatos (veja o gráfico abaixo). 

O IPD é uma ferramenta elaborada pelo cientista político e fundador do Instituto de pesquisas Quaest, Felipe Nunes, que mede, a partir da análise de seis plataformas digitais (Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipedia e Google), o desempenho digital de personalidades e marcas.

 

 

Durante as eleições municipais de 2020, o jornal O TEMPO em parceria com o instituto Quaest, vai divulgar o ranking de IPD dos 15 candidatos que concorrem ao Executivo da capital mineira de forma periódica. Também serão divulgados os dados de Betim, Contagem e Nova Lima ao longo dos próximos dias.

O índice é dividido em quatro dimensões (fama, engajamento, mobilização, valência), que determinam o resultado final. Nesse primeiro levantamento, conforme explica Felipe Nunes, o atual prefeito de BH lidera três das quatro dimensões analisadas no estudo. 

“Ele é o candidato com a maior fama, engajamento digital e valência entre os concorrentes. Ou seja, Kalil é quem consegue alcançar o maior número de pessoas com suas postagens e ainda o mais alto grau de adesão positiva às suas pautas digitais. Kalil só não é líder em mobilização digital, dimensão dominada por Bruno Engler”, explica. 

Segundo o pesquisador, o fato de Kalil ser o atual prefeito e de o seu nome ter tido maior evidência na opinião pública nos últimos anos do que o dos outros candidatospode ajudar nesse reconhecimento digital. No entanto, não determina vitória. 
Para Nunes, nesse primeiro momento, a liderança do atual prefeito no ranking é explicada pela comparação do número de seguidores e interações em suas páginas com a de outros candidatos.

“Alguns dados exemplificam bem essa discrepância. Kalil tem 127 mil seguidores no Facebook, 205 mil no Instagram e mais de 1,2 milhão de seguidores no Twitter. João Vitor Xavier, o segundo nessa dimensão, tem 105 mil seguidores no Facebook, 42 mil no Instagram e 157 mil seguidores no Twitter”, exemplifica.

Outro ponto destacado pelo pesquisador é o desempenho em compartilhamento de conteúdo e mobilização do segundo colocado no ranking, Bruno Engler, candidato de Jair Bolsonaro em Belo Horizonte. 

“Em compartilhamento de conteúdo e mobilização, ninguém chega nem perto do Bruno Engler. Enquanto a Áurea Carolina teve 1.517 compartilhamentos e 2.321 retweets na última semana e a Luisa Barreto teve 1.176 compartilhamentos e apenas 26 retweets, o candidato do PRTB teve 31.450 compartilhamentos no Facebook e 11.934 retweets. Números muito expressivos”, reforça.

 

Nota da redação: A candidata Marília Domingues (PCO) ficou de fora do IPD por não ter ainda participação digital suficiente para aparecer no ranking.

 

Como funciona o IPD

Para calcular o IPD dos candidatos, bem como as quatro dimensões, a Quaest considera  dados como número de seguidores, quantidade de comentários por postagem, os compartilhamentos das postagens e as reações positivas ou negativas às postagens.

As dimensões também são colocadas em escalas que vão de 0 a 3. O candidato que liderar alguma das dimensões recebe três pontos e proporcionalmente esse número irá decaindo entre os outros candidato conforme a posição.

Um modelo estatístico pondera e calcula a importância de cada dimensão; os personagens analisados são, então, colocados numa escala de 0 a 100 e o índice final é montado.

Além de fazer o ranking da popularidade digital dos políticos, o algoritmo também analisa quais das dimensões explicam o sucesso ou o fracasso em cada uma das redes analisadas.

IPD X PESQUISAS

Apesar do IPD apontar uma tendência comportamental, sobretudo em eleições cada vez mais presentes no mundo digital, o diretor da Quaest, Felipe Nunes, pondera que o modelo não substitui as pesquisas de opinião e sim as complementam.

“Pesquisas de opinião são feitas a partir de amostras representativas do eleitorado e por isso elas estimam resultado final de eleições. O IPD mostra o quanto um determinado político é popular no mundo digital, mas não podemos esquecer que nem todo mundo está na internet. Então são mecanismo diferentes complementares”, ressaltou o pesquisador.

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