Esotérico

A construção de narrativas e ações em direção à felicidade

Campanha vai trabalhar dimensões de índice usado pelo Butão, no Himalaia


Publicado em 03 de agosto de 2021 | 03:00
 
 
 
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“Seja a mudança que você quer ver no mundo”, pregava o Mahatma Gandhi. Somos os protagonistas de nossa história, e, nela, a felicidade é possível, mesmo em tempos tão conturbados como o que vivemos. Esta é a proposta da recém-lançada campanha Felicidade em Movimento, um projeto colaborativo promovido pelo Instituto Movimento pela Felicidade e que faz parte das ações que compõem a Jornada Global pela Felicidade e Bem-Estar, que terminará em março de 2022 com o Global Meeting for Happiness. 

“A cada mês, até março de 2022, vamos promover um evento online chamado ‘Diálogos com a Felicidade’, com a participação de palestrantes de renome que vão debater as nove dimensões da felicidade: bem-estar psicológico, saúde, uso do tempo, vitalidade comunitária, educação, cultura, meio ambiente, governança e padrão de vida”, explica Benedito Nunes Rosa, professor e pesquisador no campo da sustentabilidade com ênfase na humanização do desenvolvimento e diretor-executivo do Instituto Movimento pela Felicidade. 

As pessoas serão conduzidas a uma reflexão que vai ajudá-las a fazer um diagnóstico de sua experiência atual de vida em relação a cada um desses aspectos, visualizar como gostariam de aplicar cada dimensão em suas vidas, e que ação está ao seu alcance no momento presente para as aproximar dessa experiência desejada. 

Os participantes serão incentivados a documentar suas ações por meio de pequenos vídeos produzidos com seus celulares e que deverão ser encaminhados à curadoria da campanha. 

“Aquelas ações que forem inovadoras, abrangentes, inclusivas, que gerem transformação e que contemplarem a diversidade, e que dessa forma poderão servir de inspiração para outras pessoas e comunidades, serão destacadas de várias formas, com o objetivo de alcançarem visibilidade”, comenta o professor. 

No final dos diálogos, em março de 2022, será produzido um documentário editado a partir das gravações enviadas pelas pessoas. “O objetivo final será substituir nossa linha de pensamento que está muito abalada com tantas notícias ruins por pensamentos positivos, que elevam nosso estado emocional e nos incitam a fazer e desejar o bem para os outros”, estimula Rosa.  

O professor ensina que “pessoas felizes são mais sociáveis, civilizadas, gentis, respeitam as leis de trânsito, não pisam na grama, não brigam com os vizinhos e fazem uma cidade melhor para si”. 

E emenda: “Felicidade é fortalecer nossa resiliência para que possamos enfrentar desafios, superar barreiras, implica em ter mais saúde e em ser mais generoso e sociável. Felicidade é um conjunto de atributos que fazem bem para nós. Devemos identificá-los e criar condições para que eles se repitam. Assim teremos um estado de felicidade mais duradouro”.  

SERVIÇO: Para saber como participar da campanha Felicidade em Movimento: (31) 98449-6385 e (31) 98461-0730 pelo WhatsApp. O próximo diálogo acontecerá no próximo dia 12 e vai trabalhar a dimensão padrão de vida com o tema “Solidariedade e cooperação: a economia da abundância”. O evento terá a participação de Edu Seidenthal, do Programa Eu Empreendedor; Eduardo Carvalho, jornalista que atua na favela da Rocinha; e Wagner Reis, representante do Instituto Movimento pela Felicidade. Segue link para inscrição: https://www.sympla.com.br/padrao-de-vida__1295924

A importância de se ter emoções positivas  

É preciso desmistificar o conceito de felicidade. “As pessoas acham que felicidade é dar pulinhos de alegria, não ter problemas, não ficar triste nem irritado e ter uma vida sem desafios. Isso tudo é um grande equívoco. Felicidade não é ausência de problemas, mas ter equilíbrio diante deles para resolvê-los da melhor forma possível”, ensina Benedito Nunes Rosa. 

Para ele, antes da pandemia, trabalhar com a felicidade era vocação. “Hoje percebemos a urgência de lidar com a felicidade porque nos vemos despreparados para vivenciar esse tipo de situação. Estamos todos angustiados, ansiosos, estressados, preocupados e amedrontados”, analisa Rosa. 

E emenda: “Estávamos num caminho equivocado do ponto de vista de sociedade, desprezando as relações, a generosidade, o respeito ao outro e incentivando o egoísmo. Isso nos fragilizou. Precisamos recuperar nosso estado emocional positivo”. (AED) 

A campanha é um meio para gerar  novos hábitos

A pandemia tem deixado rastros na vida de todos. Medo, insegurança, depressão, estresse, desalento, sem falar em todos os sentimentos de raiva justificada, cancelamentos e outros comportamentos que se tornaram parte do dia a dia das pessoas. 

“No meio de tudo isso, nos resta a possibilidade de resgatarmos nossa humanidade, por meio da prática consciente e sistemática de nossas qualidades mais positivas, que em momentos como esse se tornam poderes, ferramentas úteis para mudar nossa percepção sobre a realidade que estamos vivendo e também a de tantas outras pessoas à nossa volta”, comenta Patrícia Carvalho, coordenadora da campanha Felicidade em Movimento. 

Para ela, a campanha é um meio para gerar uma nova energia, novos hábitos e caminhos. “Se queremos um futuro mais feliz, por que não começarmos agora mesmo adotando ações que estejam ao nosso alcance?  Pretendemos oferecer às pessoas elementos para que possam criar um novo repertório, uma nova narrativa que os capacite a fazer essa travessia para o ‘novo normal’, seja ele qual for, com mais motivação, esperança, colaboração, criatividade, e por que não dizer, felicidade”. 

Patrícia acredita que, mesmo em momentos adversos como pandemia, a felicidade é possível. “A felicidade faz parte da essência de todo o ser humano e independente das situações e circunstâncias está sempre lá, no âmago do ser, é a mola propulsora de nossa vida. Logo, a felicidade não é circunstancial”, ensina.  

As nove dimensões da felicidade

Bem-estar psicológico. Avalia a autoestima, a percepção de competência, o estresse e as atividades espirituais;

Saúde. Mede a frequência de exercícios físicos, sono e hábitos alimentares;

Uso do tempo. Tempo dedicado às atividades educativas e de lazer;

Educação. Valoriza a educação que avança sobre a consciência ambiental;

Vitalidade comunitária. Examina a segurança em casa e na comunidade;

Cultura. Avalia a participação em eventos culturais e as oportunidades de desenvolvimento das capacidades artísticas;

Meio ambiente. Mede o acesso às áreas verdes e o papel que pode ser exercido pelas organizações;

Padrão de vida. Avalia a renda, a segurança financeira e a percepção sobre endividamento;

Governança. Analisa a percepção sobre as lideranças e como elas lidam com as suas atribuições.

 

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