“Cabala” é o termo utilizado para descrever uma forma de misticismo judaico e deriva do verbo “le cabel”, que significa “receber”. Mas há uma vertente conhecida como “cabala luriânica”, fundamentada nas ideias do rabino Isaac Luria (1534-1572), criado na comunidade judaica do Egito do século XVI. 

“Era um aluno brilhante e se tornou um dos principais rabinos da região. Isolou-se em uma ilha para estudar profundamente e ter experiências místicas. Mudou-se para o principal centro cabalístico da época: Safed, em Israel. Lá começou a lecionar o Zohar, a principal obra da cabala tradicional, de forma revolucionária, apresentando novas ideias e práticas como interpretações dessa obra, derivadas de suas experiências místicas. Os pesquisadores modernos o consideram fundador de uma nova escola cabalística”, explica o rabino Leonardo Alanati, que vai ministrar um curso sobre o tema (ver agenda)

Segundo ele, as ideias do rabino Luria têm amplo reconhecimento entre os judeus de hoje. “Tanto ortodoxos quanto reformistas, reconstrucionistas e membros de outros grupos judeus frequentemente reconhecem uma obrigação moral de ‘reparar o mundo’ (‘tikkun olam’). Essa ideia baseia-se no ensinamento de Luria de que fragmentos de divindade permanecem contidos na criação material defeituosa e que os atos éticos e rituais dos justos ajudam a liberar essa energia”. 

O rabino Alanati explica que, “na cabala tradicional, o primeiro movimento divino é de expansão. Luria acreditava que o primeiro movimento divino é de contração, abrindo um ‘espaço dentro de si’ vazio para um segundo movimento de expansão. Esse processo continua como se fosse inspiração e expiração criativas. Em determinado momento do processo, as estruturas não aguentaram a força dos ‘raios’ expansivos criativos divinos e se romperam, espalhando fagulhas divinas que são aprisionadas por ‘cascas’”.

E continua: “Deus reorganiza as estruturas da criação e, quando estava quase tudo concluído, ocorreu o pecado humano, que causou um novo rompimento. O universo foi criado, mas fagulhas divinas estão espalhadas e escondidas dentro dessas ‘cascas’. O ser humano deve, por meio do cumprimento dos mandamentos divinos e de práticas místicas, quebrar essas ‘cascas’ e liberar as fagulhas divinas. Quando todas retornarem à sua fonte, alcançaremos a Era Messiânica”. 

Normalmente, a cabala não é ensinada abertamente. “Para entendê-la plenamente, deve-se ter um vasto conhecimento judaico da Bíblia hebraica como interpretada no judaísmo através do Talmud e dos Midrashim e da teologia judaica antiga e medieval. Aqueles que se aprofundaram nesses estudos junto com a cabala, em algum momento, têm contato com as ideias de Isaac Luria”, comenta o rabino. 

O curso que ele vai oferecer é introdutório. “Vou apresentar as ideias e as práticas de forma simples e compreensível, mostrando que a cabala luriânica traz referenciais para o ser humano dos dias atuais. Pais e educadores que desejam que seus filhos e alunos cresçam precisam se contrair, abrir espaço, e não expandir o seu ego, sufocando filhos e alunos. Nosso ser interior desenvolve cascas, couraças para se proteger, mas que escondem nossa luz interior. Precisamos quebrar essas couraças para deixar a nossa luz e a do próximo brilhar”, finaliza. 

AGENDA: O curso presencial de cabala luriânica começará no dia 4 de maio e terá duração de dois meses, com aulas uma vez por semana, às terças-feiras, às 16h30, ou às quintas-feiras, às 20h. Local: Instituto Histórico Israelita Mineiro, na rua Pernambuco, 326. Informações e inscrições: (31) 97400-1305 ou pelo e-mail: contato@ihimg.com.br 

  

Unipaz retoma o projeto “Educação para Paz: Formação Holística de Base” 

O ano era 1987 quando o professor, psicólogo e educador Pierre Weil, o teólogo francês Jean Yves Leloup, o antropólogo Roberto Crema e uma equipe de pessoas engajadas na construção de uma cultura de paz criaram a formação holística de base, que teve início em Brasília, mas logo se espalhou para todo o Brasil. 

Este é o principal programa da Universidade Holística Internacional da Paz (Unipaz) em educação para a paz com a proposta de formar pessoas sob a perspectiva transdisciplinar holística, a fim de que possam contribuir para a cultura de paz no nível pessoal, da sociedade e da natureza. É destinado a todas as pessoas interessadas na integração das dimensões física, emocional, mental e espiritual do ser humano e na construção de uma cultura de paz. 

“A formação holística de base é um espaço fecundo para o despertar de uma consciência plena e de uma inteligência integral, virtudes fundamentais para o enfrentamento dos imensos desafios globais do nosso momento histórico, que nos convoca ao exercício de uma visão integral para uma ação local e de uma aliança entre o conhecimento e o amor, entre o saber e o ser. Uma escola de liderança para o século XXI”, comenta Roberto Crema, reitor da Universidade Internacional da Paz. 

O curso foi interrompido devido à pandemia e retorna agora com a 16ª turma presencial. Cada encontro é dedicado a um tema, de forma conceitual e vivencial. As aulas acontecerão no Colégio Pio XII. 

O programa vai abordar temas como a arte de viver em paz, consciente, em plenitude, a natureza, a passagem; a ecologia pessoal, social e ambiental; ciência, arte, filosofia, tradições espirituais e espiritualidade transreligiosa. 

SERVIÇO: A formação holística de base vai começar nos dias 6 e 7 de maio, sendo um final de semana por mês, aos sábados, das 8h às 18h30, e no domingo, das 8h às 12h30.  Informações: secretaria@ecologiaintegral.org.br//  ou pelo telefone (31) 99067-5528. 

Inscrições:  www.sympla.com.br/unipazmg 

Lançamentos 

 “Yeshua: Nosso Cristo Planetário Revelado”, Juliano Pozati, editora Citadel, 336 páginas, R$ 59,90. 

Ao passar por temas como crucificação, ressurreição, curas e milagres, o autor traz uma visão plural da figura de Jesus, com base não apenas na religião católica, mas também nas visões espiritualista, esotérica e até ocultista. 

“Termine: A Alegria de Acabar o que Você Começou”, Jon Acuff, editora Hábito, 192 páginas, R$ 49,90. 

As estratégias do livro são contraintuitivas e podem parecer trapaça. Entretanto, são baseadas em estudos com centenas de participantes e respaldadas por uma pesquisa que diz que as pessoas que se divertem são 43% mais bem-sucedidas. 

“Em Mim Basta!”, William Sanches, editora Citadel, 256 páginas, R$ 32,90. 

O autor reitera a importância de quebrar ciclos viciantes, amizades com pouca afinidade, um trabalho sem motivação ou um relacionamento que só leva amoroso no nome. Ele propõe o rompimento com as amarras da mente.