Uma verdadeira corrida foi iniciada após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar a comercialização de produtos à base de Cannabis nas farmácias brasileiras, em dezembro de 2019. Empresas podem solicitar registro de medicamentos na agência a partir do dia 3 de março, passo essencial para começar as vendas. Em um mercado com perspectiva bilionária, iniciativas correm para engatilhar o pedido.
Belo Horizonte está na rota dos negócios: a GreenCare, empresa nacional que conta com recursos de um fundo canadense para projetos desse mercado, indica ter tudo pronto para apresentar uma proposta à Anvisa, e acaba de abrir um escritório em BH para promover ações com médicos da região.
“Vamos fazer eventos científicos. É um momento de promover programas de educação médica”, explica Fábio Furtado, diretor comercial da empresa. Ela contabiliza cerca de 700 médicos que podem ser alcançados em visitas de promotores da marca na área, por exemplo, a fim de conhecerem os usos da Cannabis medicinal. Em todo o Brasil, cerca de 1.100 profissionais receitam remédios do tipo, atualmente.
O primeiro produto que a GreenCare pretende levar às prateleiras são cápsulas de canabidiol (CBD), indicadas para casos de ansiedade, autismo, dor crônica e epilepsia. Também há planos de comercializar remédios com THC, substância que potencializa os efeitos terapêuticos do CBD.
A empresa vai importar os remédios dos EUA, em vez de produzir nacionalmente (a Anvisa não permite plantio de Cannabis no Brasil, mas autoriza produzir remédios com insumo importado). Já a empresa Ease Labs, também nacional, pretende produzir remédios similares no Brasil – mais precisamente, em BH, na região da Pampulha, importando a matéria-prima dos EUA.
Tempo é dinheiro
Após o pedido de registro pela Anvisa, a agência leva, em média, três a quatro meses para concluir a análise da solicitação. A partir daí, as empresas podem iniciar a comercialização. Em um cenário otimista, portanto, os remédios chegam às farmácias, no mínimo, em maio deste ano.
Marcelo Grecco, um dos fundadores do The Green Hub, empresa de apoio a startups da área, acredita ser cedo para dizer se os remédios serão mais baratos do que a importação solicitada diretamente pelo paciente à Anvisa: “Vai depender do número de produtos e de empresas que vão conseguir colocá-los na farmácia. Não sou muito otimista, acho que ainda há muito trabalho pela frente”.
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