Doença cerebral misteriosa é investigada no Canadá

Uma doença cerebral que tem sintomas semelhantes aos do mal de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), conhecido como doença da vaca louca, tem deixado os médicos do Canadá intrigados. A comunidade médica trabalha para desvendar o que está por trás dos casos que já chegam a quase 50 atualmente. As pessoas atingidas pelo mal apresentam falta de memória, mudanças de comportamento e dificuldades de coordenação motora. Algumas delas, inclusive, morreram por complicações causadas pela doença.

O primeiro caso foi notificado em 2015, em um aposentado com pouco mais de 60 anos que morava na península de Acadian, em New Brunswick. O homem começou a ter delírios, alucinações, perda de peso, comportamento agressivo e fala repetitiva. Em um intervalo de três meses, o idoso perdeu a capacidade motora e foi à óbito. Na ocasião, os médicos investigaram e trataram o caso como isolado, já que não descobriram a origem e não havia mais relatos parecidos.

Atualmente, no entanto, dezenas de outros moradores da mesma província de New Brunswick apresentaram os mesmos sintomas do paciente de 2015. Segundo as autoridades de saúde pública local, 48 pessoas, entre 18 e 85 anos, foram acometidas com a doença misteriosa. Alguns desses pacientes estão em coma e quatro deles morreram.

Esses novos pacientes teriam começado a apresentar sintomas em 2018.  Alteração repentina de comportamento, atrofia muscular e perda de memória são alguns dos sintomas. Também podem ocorrer crises de ansiedade e depressão, dores musculares e espasmos.

A DCJ, ou, doença da vaca louca  é contraída com a ingestão carne de animais contaminados e não há transmissão entre seres humanos. Nos bovinos, ela é conhecida como encefalopatia espongiforme bovina e atinge tanto animais machos quanto fêmeas. Em humanos, o agente contaminante é uma proteína chamada príon, que causa problemas musculares, demência e leva à morte. 

Todos os pacientes que tiveram os sintomas no Canadá fizeram testes, mas os resultados deram negativos para a DCJ. Assim, a comunidade científica investiga os casos e verifica o que tem causado a ‘doença misteriosa’.