Decoração

Estudar muito... E com direito a um cantinho inspirador

A volta às aulas desafia decoradores e designers a projetar espaços adequados para o momento de se debruçar sobre livros e cadernos


Publicado em 17 de fevereiro de 2019 | 03:00
 
 
 
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Não restam dúvidas: trata-se de um desafio considerável. Ao destinar um espaço da casa para a hora de estudos, o proprietário precisa inicialmente colocar no papel os itens que devem ser considerados antes de partir para a compra de mobiliário – bancada, escrivaninha, estantes e, claro, a cadeira – propriamente dita. 

A ergonomia, por exemplo, é um tópico que de pronto merece ser colocado em relevo, como pontua a arquiteta Fernanda Andrade. “Um erro comum é não considerar a estatura da pessoa que usará o espaço de estudos. Os móveis devem ser ergonômicos para promover o conforto do usuário. No caso de crianças, projetados de maneira que possa acompanhar o crescimento delas”, pontua. “Uma bancada mais baixa para a primeira infância pode ser trocada por uma escrivaninha, na segunda”.

Outro equívoco frequente, lembra Fernanda, é decidir o posicionamento da bancada de estudos sem pensar no aproveitamento da luz natural. “O ideal é posicionar a bancada embaixo ou ao lado da janela”, sustenta ela. O local deve ser bem-iluminado inclusive para manter a concentração e evitar esforços desnecessários da visão, completa o arquiteto Matheus Ximenes Pinho. “Caso o ambiente não tenha a luz adequada, a dica é acrescentar ao projeto luminárias de chão ou de mesa com direcionamento da luz”, acrescenta o curador da Muma, loja virtual (e também física, mas em São Paulo) de design autoral.

Crianças

Organizado, claro e calmo. Esses são alguns dos pilares sobre os quais se sustentam os projetos de espaços de estudos para crianças feitos por Fernanda. Mas a presença de algum estímulo não é de todo proibido. “Como cores ou objetos que traduzam a personalidade da criança, no entanto sem exageros, para não distrai-la. Esses estímulos servem para estabelecer um lugar acolhedor e que se identifique também com o usuário. Assim, o espaço de estudos se torna mais prazeroso e atrativo”, assegura ela. Quando há excessos, as crianças podem ficar excitadas e sem foco. “Para esse tipo de ambiente, menos é mais. Quanto menos informações, melhor. E a organização também é fundamental”, comenta ela.

Fernanda também lembra que, tratando-se de crianças, a segurança é um item que sempre deve ser considerado. Independentemente de ser um canto de estudos ou não, a arquiteta ressalta que, em qualquer ambiente por onde transitem crianças, os móveis devem ter a altura bem planejada, para evitar que elas subam neles para alcançar certos objetos – “pois pode haver risco de tombamento destes ou mesmo a queda das crianças”. 
<CW-19>Móveis com muitos objetos pesados ou muito grandes devem ser evitados também, prossegue ela. “Além de poluírem visualmente o ambiente, podem ser igualmente perigosos. Televisões, armários e móveis altos devem ser corretamente fixados para evitar tombamentos”, adiciona Fernanda. </CW>
Aliás, nesse caso, vale pedir ajuda a um profissional abalizado por alguém de sua confiança – elimine definitivamente a palavra “gambiarra” do vocabulário. 

Sem excessos
Em apartamentos menores, com poucos cômodos, o canto de estudos pode ser montado no quarto do próprio aluno. No caso de quartos de crianças, porém, Fernanda Andrade aconselha os pais a não usar móveis desnecessários. “É preciso evitar excessos, privilegiando o espaço livre no quarto para a desenvoltura das crianças”. A simplificação é importante também para assegurar a independência do estudante em relação aos pais.

Ambiente pode ser integrado
O arquiteto e curador de design Matheus Ximenes Pinho faz, ainda, uma observação interessante no que tange a locais dedicados aos estudos. “Muitas pessoas acreditam que ter um canto para estudos é destinar um ‘quartinho’ especificamente para isso, mas se enganam. Hoje em dia, é possível criar um ambiente saudável para o desenvolvimento das atividades acadêmicas (fora muros da escola) e inseri-lo dentro do projeto já existente”, relata. 

Quanto à cartela de cores a ser empregada na decoração, Ximenes pondera que o ideal é trabalhar com cores mais neutras ou mesmo amadeiradas, “onde seja possível inserir mobiliários ou objetos de decoração com cores quentes ou frias”. “Dessa forma, o local ficará harmônico, elegante e personalizado”, explica. Ele também frisa que o mobiliário deve ser de fácil organização e limpeza, para a conservação de um ambiente que seja visualmente confortável. 

E é possível também incorporar plantas ao local de estudos. “E dessa forma dar um toque especial ao ambiente e deixá-lo convidativo e aconchegante durante o período do dia que será destinado aos estudos”, opina Ximenes.

Dicas valiosas
Cuidado com a postura. De acordo como arquiteto Matheus Ximenes, durante o período dedicado aos estudos, é preciso prestar atenção em relação ao modo de sentar, para evitar dores nas costas e musculares. A cadeira deve manter a coluna erguida verticalmente, os pés devem estar apoiados no chão, e os cotovelos, posicionados em um ângulo de 90° graus (reto), que ajudará na acomodação e na circulação do sangue.

Móveis emblemático. A escrivaninha, tão comum em cantos de estudos, é um móvel com características marcantes, como gaveteiro e/ou compartimentos para objetos. As mais modernas têm tomadas com o padrão brasileiro e até extensão elétrica. O design deve auxiliar por fazer os objetos ficarem sempre à mão do estudante e manter o local organizado após o estudo. Tanto na escrivaninha quanto na estante é válido colocar objetos pessoais para enfeitar.

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