A busca pelo bem-estar pode incluir diversos fatores, que vão muito além do senso comum. Nesta entrevista para O TEMPO, Adriana Bordalo, diretora da RKM Engenharia, fala sobre os edifícios saudáveis e como eles se inserem no cenário atual.


O que é um edifício saudável? É um prédio pensado para proporcionar bem-estar e saúde aos moradores, a começar pela escolha do terreno até o desenvolvimento do projeto, materiais utilizados, desenho arquitetônico, paisagismo etc. Pouca gente sabe, mas existe a Síndrome do Edifício Enfermo, que é a condição em que indivíduos adoecem sem razão aparente ao habitar ou trabalhar em um dado edifício. São sintomas de doenças diagnosticadas e identificadas que podem ser atribuídas diretamente à construção. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 30% dos edifícios novos e reformados em todo o mundo podem ser objeto de Síndrome do Edifício Enfermo e praticamente todos podem ser transformados em habitação saudável. O residencial Kadosh, que lançamos no Vale do Sereno, é um edifício saudável. Ele foi o primeiro no país a receber o selo Casa Saudável, a primeira certificação no mundo a considerar a saúde e o bem-estar dos usuários numa relação causal com os projetos, edificações, profissionais, produtos e manutenção voltados para a construção civil. O sistema baseia-se em rigorosos parâmetros de mensuração envolvendo iluminação, acústica, elétrica, qualidade do ar e da água, materiais, sustentabilidade, entre outros.


De que forma é possível mantê-lo assim? Atitudes simples como mudar alguns móveis de lugar, não colocar televisão e wi-fi no quarto são formas de manter o apartamento saudável após recebê-lo da construtora. Em caso de reformas, por exemplo, priorizar o uso de tintas e materiais menos tóxicos.


Quais são os principais fatores que devem ser observados nesse tipo de construção? Para ser um edifício saudável, o empreendimento deve passar por rigorosas normas do Selo Casa Saudável. Entre elas estão a localização: é importante que não tenha nenhuma antena próxima ao edifício, por exemplo, para evitar a contaminação eletromagnética; posição do prédio em relação ao sol e a ventilação; espaço existente entre o prédio e os prédios vizinhos; tamanho das janelas, que devem ser grandes para receber iluminação natural e ventilação necessária; proteção acústica nas janelas, para garantir mais privacidade e melhor sono; lajes espessas para garantir mais privacidade e melhor sono, entre outros.


Que tipo de material deve ser utilizado? Existem materiais que devem ser evitados. Normalmente, os que possuem muita cola ou outros produtos tóxicos, como, por exemplo, pisos laminados que são fixados com cola e tintas com alto teor de COV (Compostos Orgânicos Voláteis).


De que maneira a RKM Engenharia vem investindo nisso? Construir projetos inovadores respeitando o meio ambiente e a saúde dos clientes e da comunidade é a filosofia da RKM Engenharia desde sua fundação, em 1994. Com mais de 20 anos de história, a construtora sempre se preocupou em realizar projetos de habitação que priorizem a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas. A RKM constrói reduzindo impactos na natureza e a ambiência local, de forma consciente. A empresa foi a primeira construtora no Estado a utilizar energia solar e materiais renováveis e também a investir no estudo das energias do solo, como geobiologia (biologia da construção), radiestesia e paisagismo sensorial.


Quais foram as principais conquistas da empresa nesse sentido? O novo lançamento da empresa, o Kadosh, foi desenvolvido para garantir que todos os ambientes do residencial proporcionem benefícios à saúde dos moradores e, por isso, foi o primeiro edifício do Brasil a receber a certificação Selo Casa Saudável. O nosso Know How tem nos projetado nacionalmente e internacionalmente. Recentemente, o projeto do Kadosh foi selecionado para participar do Prêmio MIPIM Awards. O projeto foi indicado na categoria “Projetos do Futuro”. O prêmio é uma das mais importantes competições internacionais de arquitetura realizada no Mercado Imobiliário do Mundo em Cannes.

Esse tipo de imóvel pode ser considerado uma tendência?  Acreditamos que se tornará uma tendência, mas ainda é um pensamento pouco visto na construção civil: a preocupação com a saúde dos moradores. A RKM sai na frente nesse sentido. O que a gente percebe é que o consumidor ainda desconhece uma construção saudável, mas, em alguns anos, esses projetos podem vir a ser incorporados pela construção civil, até porque a demanda por produtos e serviços especializados que beneficiem a saúde tem sido uma prioridade dos consumidores.


Como esses imóveis vêm se consolidando no mercado mineiro? A preocupação de criar ambientes saudáveis tem ganhado a adesão de muita gente, encantando os clientes e gerando muita curiosidade. O conceito de saudável ratifica a missão da RKM que busca não somente objetivos financeiros, mas o cuidado com o próprio cliente. É mais uma forma de se destacar no meio de tantos concorrentes, já que além dos itens tradicionais de qualquer empreendimento de alto padrão, entregamos um diferencial que afeta a saúde dos moradores.