Comportamento

Metade dos usuários da web já sofreu agressões online 

Mulheres são vítimas de violências mais graves que homens


Publicado em 10 de fevereiro de 2015 | 04:00
 
 
 
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Quase metade dos usuários de internet já foi vítima de algum tipo de agressão online. O dado foi descoberto em uma pesquisa do instituto Pew Research, que entrevistou 2.839 internautas por um formulário online. Desses, 40% afirmaram ter sido vítimas de agressões, enquanto 75% afirmaram já terem visto alguém receber ofensas online.

Nesse universo de vítimas, os homens jovens (18-24 anos) foram os que mais sofreram: 44%, contra 37% delas. Porém, foram as moças com idades entre 18 e 24 anos que viveram os episódios mais graves: 7% delas sofreram ofensas sexuais, contra 3% deles; 9% das mulheres foram “stalkeadas” (perseguidas na internet), enquanto só 6% dos homens reportaram o mesmo.

Os dados não estão muito diferentes da realidade offline. “As mulheres sofrem mais violência no mundo virtual porque sofrem mais no mundo real. O mundo virtual reflete, sobretudo, a desigualdade de gêneros e está mostrando o que vivemos em termos coletivos, de uma violência moralizante”, analisa a psicóloga Marissa Sanabria, conselheira da Comissão de Mulheres e Questões de Gênero do Conselho Regional de Psicologia.

Uma das vítimas de ofensas na web foi a blogueira G.F., 29, que não quis ser identificada. Um amigo seu viajou de férias para um país estrangeiro, onde conheceu uma nativa e começou a namorá-la. G. F. curtiu uma foto do moço e, pronto, estava formada a confusão.

“Ela (a namorada) veio no meu Facebook e disse para eu ficar longe dele”, relata. A moça ainda pediu para os amigos adicionarem G. F. nas redes sociais e tirarem satisfação. O estrago só não foi grande porque G. F. agiu rápido. “Não fizeram muita algazarra porque saí bloqueando e excluindo ‘geral’”, diz.

Reação. Bloquear e excluir os agressores foi a reação de 44% das vítimas. Outros 46% responderam ao agressor, enquanto 22% denunciaram a pessoa para o próprio site. Já 5% precisaram reportar as ofensas às autoridades legais, e 8% pararam de frequentar certos lugares e eventos no mundo real.

Tentar resolver a questão diretamente com o agressor é o conselho que dá o pesquisador Luiz Fernando Moncau, gestor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio. “Caso ela continue, pode-se verificar se há algum limite legal que está sendo infringido”, recomenda.

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