Casaco de pelúcia é a pedida para o inverno

Desde o ano passado, boa parte das grifes internacionais deixou de usar pele de animais em suas coleções. O movimento batizado de “fur-free” (“livre de pele”, em português) é uma realidade no mercado de luxo, encabeçado por marcas como Prada, Gucci, Chanel e Versace, que adotaram a prática de forma responsável, seguindo os mesmos passos de outras casas consagradas, como Armani e Stella McCartney, que baniram o uso de pele animal há algum tempo.

“Esse movimento é muito importante para conscientizar o consumidor. O mercado da moda não faz uso da pele depois que os animais morrem naturalmente, o que existe é uma indústria com o assassinato desses animais, o que é altamente cruel”, pondera Flávia Virgínia, coordenadora do curso de moda do UniBH.

Por pressão ou não de entidades protetoras dos animais e por graça e obra de outros discursos sustentáveis e ecologicamente corretos, materiais que geram um efeito visual de pele – como a pelúcia – conquistam espaço cativo no closet das fashionistas para a temporada fria. As provas estão na moda de rua, nas vitrines e, claro, no feed das blogueiras. “Usar pele de animal, hoje em dia, além de ser ultrapassado, é muito cruel. O fake é consciente e ‘cool’ ao mesmo tempo”, acredita Poliana Bittencourt, cofundadora do Fixbitt, serviço de consultoria de imagem. 

A matéria-prima sintética cumpre com excelência o papel de oferecer glamour e conforto para a coleção de inverno da marca mineira Alphorria, por exemplo. “Torcemos para que cada vez mais o uso desses materiais alternativos se torne rotina na moda”, diz Cássio Vital, estilista da marca, que utilizou o pelo fake em acabamentos como golas, barras e punhos, combinados a jacquards e tricôs. “O uso estratégico permite criar uma roupa mais usual e atemporal”, completa.

Por outro lado, as cores néons ou fluorescentes, que fizeram sucesso no verão passado, surgem como surpresa também para os dias frios e colorem as pelúcias, o que foi visto nos recentes desfiles de apostas para o inverno. “Essa é a parte mais legal. Em tempos tão austeros como os que a gente vive, a moda sempre dá uma resposta mais lúdica e irônica”, acredita Flávia Virgínia. “É uma forma de não copiar a pele natural também e explorar a nossa criatividade na hora de nos vestirem”, finaliza.

Como usar

 Longe de ser uma forma de infantilizar o look, os casacos fofinhos – ou faux fur – dão justamente o conforto necessário para a estação fria. Não bastasse, ainda causam, sem esforço, um visual impactante e com textura. “O casaco de pelo é sempre um protagonista na produção. Por quê que usar um casaco comum se você pode usar um superestiloso como ele?”, sugere Poliana Bittencourt.

Ela ainda explica que, por conta do volume da peça, combinar com outras mais neutras, como um bom jeans e uma camiseta, é uma boa saída. “Pode usar, sim, peças em couro, vinil ou até brilho, mas é preciso ter uma modelagem mais sequinha, porque o casaco já é bem volumoso”, ensina.

Saiba quais são as grandes marcas que tiraram as peles de animais de suas coleções:

Prada (2019)
Chanel (2019)
Maison Margiela (2018)
Versace (2018)
Michael Kors (2017)
Gucci (2017)
Giorgio Armani (2016)
Ralph Lauren (2006)