Relacionamento

Quando o homem é o ‘afrodisíaco’

Compromisso do parceiro no relacionamento e no cuidado com o filho pode transformar falta de libido da mulher em excitação, ensinam especialistas


Publicado em 09 de outubro de 2016 | 03:00
 
 
 
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Diferentemente do que acontece com o homem, cujo desejo está relacionado à excitação sexual, a vontade de fazer sexo para a mulher está muito ligada à intimidade do casal e a variáveis psicossociais, diz o especialista em medicina sexual Gerson Lopes.

O médico explica que há dois tipos de desejo: o espontâneo e o responsivo. O primeiro está ligado à vontade quase constante de praticar o ato sexual, muito comum nos homens e em parte das mulheres. Já o responsivo relaciona-se à resposta aos estímulos sexuais.

“Após a chegada de um filho, ou até mesmo após um tempo longo de relacionamento, é comum que a mulher tenha apenas o desejo responsivo. Isso significa que, em uma situação de neutralidade sexual, ela reage a sinais e acaba tendo excitação psicológica e desejo sexual. Mas a chave disso é a intimidade”, esclarece Lopes.

Essa intimidade pode ser alcançada a partir da proximidade emocional e do compromisso do parceiro no relacionamento. “É afrodisíaco para a mulher que ela tenha um marido que ajude na maternidade e nas tarefas domésticas. Quando ela fica sobrecarregada, acaba nutrindo uma pontinha de raiva desse marido”, defende a sexóloga Walkíria Fernandes.

Tabu. Embora atualmente o sexo seja tratado com mais naturalidade, ainda há várias pessoas que consideram o ato sexual algo “sujo” ou até mesmo “pecado”. Com a maternidade, a nova mãe pode intensificar essa ideia negativa em relação ao sexo.

“Parte da nossa sociedade ainda vê o sexo como um tabu. Esse fato, quando relacionado à ideia de que a mãe é um ser ‘puro’ que deve se dedicar apenas à vida familiar, pode impactar diretamente a vida do casal. É preciso entender que todo mundo transa. Para gente nascer, nossos pais fizeram sexo, não há nada de errado nisso”, explica o psicólogo Rodrigo Torres.

O recomendado pela medicina é que o casal permaneça sem sexo durante 30 a 40 dias, período de recuperação física para a mulher. Entretanto, há casais que, mesmo após esse período, evitam o sexo. Nesses casos, além dos fatores biológicos, as questões relacionadas à construção da sexualidade do casal e à rotina impactada pela chegada da criança explicam as alterações na prática sexual.

“O desejo pelo sexo é construído ao longo da vida, independentemente do gênero. É comum algumas mulheres não gostarem de sexo por causa de alguma repressão sofrida no passado. Enquanto que, para os homens, há o incentivo para o sexo desde a infância”, analisa a sexóloga Walkíria Fernandes.

Diante disso, os especialistas concordam que a melhor maneira de superar o problema é o diálogo. Nos casos em que a falta de desejo ou a falta da prática sexual persistam por um período maior de tempo, o casal deve procurar ajuda de um profissional.

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Internet

Australiana fica famosa ao relatar sexo pós-filhos

Mãe de quatro filhos, a blogueira australiana Constance Hall, 32, publicou um texto em seu Facebook, no início deste ano, que se tornou viral. Com mais de 159 mil curtidas e 37 mil compartilhamentos, o texto aborda como é a relação dela com o marido, Bill Hall, após a chegada dos filhos.
 
De maneira bem-humorada, Constance diz que ficou pelo menos um mês sem sexo e que, agora, a atividade sexual do casal se resume em “três minutos e meio entre a troca de fraldas e o preparo da comida, quando você percebe que seus filhos estão muito distraídos”.
 
Ela também diz que a arma de sedução de seu marido consiste em “apontar o dedo para o quarto e outro para o pênis (...). Depois você se posiciona na cama com um pé contra a porta, porque impede um grupo barulhento de crianças (...). Não importa o quão quente esteja, você joga o edredom sobre vocês, caso alguém consiga arrombar a porta e dar de cara com papai e mamãe fazendo ‘ioga’ na cama”, narra. 

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