Ciência

Tecnologia auxilia no tratamento da insônia

Empresas americanas investem em inovações para o mercado


Publicado em 10 de setembro de 2018 | 03:00
 
 
 
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Você já ouviu falar em ortossonia? É a busca pelo sono perfeito e reparador por meio de dispositivos tecnológicos. O termo – derivado de “ortorexia”, que é o desejo excessivo de comida saudável – foi definido recentemente em um estudo da Associação Americana de Medicina do Sono. A pesquisa aponta que 10% dos entrevistados são usuários desses aparelhos para combater a insônia, enquanto outros 50% comprariam pelo menos um.

Apesar de ser pouco conhecida no Brasil, a ortossonia se tornou uma verdadeira mina de ouro para as empresas dedicadas à “sleep tech” (tecnologia do sono, em inglês) nos EUA e na Europa. “Na mesma velocidade que surgem novos dispositivos, é notável também a preocupação das pessoas com a qualidade do sono. E, por estarem ligadas à tecnologia, a tendência é que elas busquem soluções digitalizadas”, afirma o neurologista Luciano Ribeiro, diretor da Associação Brasileira do Sono (ABS).

É diante desse cenário que diversos equipamentos são lançados. Eles monitoram o ciclo do sono a noite toda, melhoram o ritmo respiratório durante um evento de apneia e até permitem conexão direta com o usuário, a ponto de o acordar quando for o considerado o momento ideal.

Entre as novidades, por exemplo, está a criação da empresa QuietOn. São dois pequenos fones que detectam os barulhos do ambiente e divulgam, em seu lugar, ruídos que tranquilizam. O novo antirronco também funciona para os barulhos da rua.

Para os curiosos. Até para os que não têm problemas de saúde, as tecnologias prometem um sono tranquilo e restaurador. Os “wearables” são aparelhos que podem ser conectados, usados como relógio, ou pulseira, aos quais se integrou uma função que permite medir os ciclos e fazer despertar no momento em que o algoritmo considera ideal.

Um tanto futurista, a Philips, por exemplo, vai comercializar o SmartSleep, uma faixa que cobre a cabeça e as orelhas, emitindo um som similar ao que se ouve em um televisor quando não há sinal. Supõe-se que esse som torna o sono mais profundo. A empresa também expôs o DreamWear, uma máscara nasal que permite enviar oxigênio àqueles que sofrem de apneia do sono. (Com agência AFP)

 

Dispositivos não são soluções definitivas

A tecnologia tem oferecido cada vez mais alternativas para melhorar a qualidade do sono. No entanto, acreditar que um aparelho eletrônico será responsável por curar problemas de insônia pode ser preocupante, afirma o neurologista Luciano Ribeiro.

“O tratamento da insônia e de suas consequências acontece por meio de um conjunto de ações. Ele deve incluir uma mudança comportamental, com alimentação saudável e prática de exercícios, aliada ao uso de medicamentos, quando necessário. Os dispositivos podem ajudar, mas não a solução definitiva”, alerta o médico.

Para o músico Thiago Augusto, 26, a melhoria do quadro de insônia aconteceu justamente após uma mudança de hábitos. “Dormia quatro horas por noite. Depois que parei de fumar e beber e passei a me exercitar, há cinco meses, melhorei muito. Ainda não estou num nível ideal, mas quero chegar lá”, afirma.

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