A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Huazhong University of Science and Technology, da China, e a Queen Mary University, do Reino Unido, firmaram um acordo para a formação de uma coalizão destinada à troca de informações científicas sobre o combate ao novo coronavírus.
O objetivo é acelerar o processo de obtenção de informações que podem ser cruciais para tornar mais eficientes os esforços feitos em todo o mundo para diminuir a transmissão da doença e, assim, salvar vidas.
Segundo o diretor de Relações Internacionais da UFMG, Aziz Tuffi Saliba, a instituição europeia foi a que tomou a iniciativa da coalização. “A Hust é sediada na cidade de Wuhan, onde teve início a pandemia, e tem acumulado conhecimento e experiências importantes. A Queen Mary e a Fiocruz são referências na área de saúde, e a UFMG vai somar esforços com essas instituições, por meio de pesquisas de excelência em áreas como genética e microbiologia”, disse.
Esse acordo prevê discussões sobre mecanismos de proteção dos profissionais da saúde, que lidam diretamente com os pacientes infectados. Eles também vão buscar respostas sobre se há evidências de que uma alta carga viral tem papel relevante na gravidade da doença ou se isso não tem relação.
Quarentena
De acordo com Aziz Saliba, como a China foi o primeiro país a ter registros do coronavírus, a experiência do país será muito relevante para saber mais sobre os procedimentos de prevenção. “A experiência dos chineses será ainda de grande valia para que Brasil e Reino Unido estabeleçam medidas de segurança para o processo de saída do período de quarentena, considerando que parte da população ainda será formada por infectados assintomáticos”, explica.
Ele acrescenta que a Queen Mary University já desenvolve pesquisas que buscam descobrir se há características genéticas que tornam algumas pessoas mais suscetíveis a consequências mais severas da infecção pela Covid-19. A instituição é referência em farmacologia e terapias inovadoras.
Ainda de acordo com o diretor da UFMG, a ideia é que, em um segundo momento, outras universidades brasileiras se juntem a esse esforço coletivo, para se criar uma rede ainda mais consistente de combate ao coronavírus, uma doença "nova" para a população mundial, mas que já fez milhares de vítimas e colocou países em alerta máximo.