Os tradicionais blocos de montar Lego agora têm motores e ensinam programação a crianças a partir de apenas 7 anos. A fabricante dinamarquesa de brinquedos apresentou, no início deste mês, na feira de eletrônicos CES, nos Estados Unidos, a linha Lego Boost.

São diferentes kits que incluem motores e sensores, como os do Vernie, o robô humanoide; Frankie, o gato; de um veículo de exploração (Multi-Tool Rover 4); de uma máquina (Autobuilder) e de uma guitarra (Guitar 4000). Cada kit vem com cerca de 850 peças de montar e inclui sensores e motores que dão vida aos brinquedos. O preço, nos Estados Unidos, será na casa dos US$ 160, mas as vendas só começam no segundo semestre.

Os blocos pouco diferem das peças que encontramos nos kits de Lego convencionais, mas muitos são especiais. Há blocos com sensores que detectam cores ou distâncias, por exemplo, assim como peças elementares chamadas Move Hub que possuem pequenos motores e chips.

Para programar os robôs, a criança deve usar um app disponível para Android e iOS, mas que, curiosamente, só funciona em tablets. Pelo aplicativo, há 60 atividades para programação. Não é necessário digitar códigos. A programação do robô é feita com a combinação sequencial de blocos na interface do aplicativo. Cada bloco digital corresponde a uma ação diferente: seguir em frente, virar à esquerda, dar um giro completo, mover as sobrancelhas, entre várias outras.

As crianças também podem gravar vozes pelo aplicativo, o que permite que os brinquedos “falem”. Com as instruções, é possível construir dragões que andam ou um forte com uma porta automática. A criança pode criar a sua própria sequência. Para completar, o app oferece diversas atividades para estimulá-la a experimentar combinações diferentes, a modificar programas já criados e a montar outros objetos.

O lançamento se segue ao sucesso da linha Mindstorms, que são kits usados principalmente em aulas de ciências nas escolas. A linha Minsdtorms, porém, custa mais que o dobro da Boost, e sua idade mínima recomendada é 10 anos.

Dois mundos. A companhia busca inovações para conquistar as crianças e adolescentes hoje encantadas com os jogos eletrônicos. Por isso, está investindo pesado na junção de construção física e programação digital.

“Nós sabemos que as crianças sonham em trazer suas criações Lego à vida, e nossa maior ambição com a linha Boost é realizar esse sonho. Uma vez que as crianças construam um Lego, nós damos a elas ferramentas simples de programação para dar personalidade a essas criações”, disse o chefe de design do grupo Lego, Simon Kent, no lançamento em Las Vegas. “Queremos que as crianças, acima de tudo, tenham uma experiência de brincar que seja divertida e sem limite, e acrescentar a programação é proporcionar os meios de atingir isso”.

A empresa explica, ainda, que a ideia é, do mesmo jeito que a criança constrói Lego com blocos, ela poderá construir comportamentos e ações ao ligar o material físico à programação de blocos digitais num layout horizontal e fácil de entender. (Com agências)