Uma outra realidade que preocupa nas escolas, tanto públicas quanto particulares, é o crescimento dos conflitos. O supervisor pedagógico do ensino médio do Colégio Santo Agostinho, Petrônio Ferreira, nunca tinha mediado tantos casos entre adolescentes como ocorreu no último ano.
“Eles estão com mais dificuldade de lidar com a própria frustração. Ao ser contrariado ou ao ver um ponto de vista contrário ao seu, as respostas violentas passaram a ser mais comuns”, observa Ferreira. A violência, como ressalta o educador, não é necessariamente física. “É do ponto de vista da não aceitação do outro, da discussão acalorada, das ofensas verbais”, diz.
Petrônio conta que a alta demanda por cuidados socioemocionais mobilizou redes de apoio na instituição de ensino. “A gente faz uma ação sistêmica. Temos um analista de série, um supervisor, uma equipe da assistência social com uma psicóloga e uma psicopedagoga, que são acionadas à medida que é necessária sua ajuda”, destaca.
Sem saber lidar
E não foram só os alunos, a pandemia afetou a saúde mental de toda a comunidade acadêmica. “Foi recorrente ver famílias nos procurando porque não sabiam como lidar com os filhos, porque não reconheciam as atitudes deles, porque estavam perdidos. Esse adoecimento social foi tanto por parte dos estudantes quanto por parte das famílias e dos professores”, afirma Petrônio.
Apesar de todos os desafios, os educadores destacam que o ano foi de muitas conquistas também.“O retorno ao contato presencial com as famílias e os eventos nos proporcionaram momentos de aprendizagem e emoção”, acrescenta Fernanda Queiroga, diretora do Bernoulli Go.
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