O que colocar no currículo? Linkedin é uma boa ferramenta? E quando perguntam sobre pretensão salarial? Se quem procura por uma vaga normalmente já faz essas perguntas o tempo todo, em janeiro esses questionamentos são ainda mais comuns. Com a chegada de um novo ano, ele é considerado por especialistas como o mês oficial da busca por um emprego.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os primeiros três meses do ano concentram o maior volume de contratações com carteira assinada no Brasil. Em 2023 foram 6,1 milhões de admissões no primeiro trimestre, contra 5,8 milhões no segundo e 6 milhões no terceiro - últimos indicadores disponíveis.

Assista à entrevista com o headhunter e CEO da Prime Talent, David Braga, e veja dicas valiosas para se destacar na busca por um emprego.

 


“Dezembro, usualmente, é um mês de reflexão. É quando você repensa sobre sua carreira e se aquela empresa te cabe ou não. Agora, se você está disponível no mercado, é hora de procurar novas oportunidades”, destaca o headhunter David Braga, da Prime Talent, lembrando que as empresas também fazem um balanço e trocam profissionais. 

A busca acontece pelos dois lados. “Janeiro é um excelente mês procurar emprego porque as empresas começam a retomar os processos de seleção. Então, todas essas vagas que às vezes são congeladas por algum motivo, seja financeiro, seja de planejamento, seja de férias, voltam a ficar ativas”, ressalta a psicóloga e especialista em carreiras e recolocação profissional, Luana Torres. 

Segundo a especialista de relações institucionais do Senac, Ana Roberta Cruz, janeiro, um período tradicional de férias, tem mais um elemento a favor das contratações. “Como muitos candidatos estão viajando, o total de vagas disponíveis se destaca. Em determinadas áreas, o número chega a ser menor do que os interessados”, ressalta. 

Se o cenário é tão favorável, o que é preciso para conquistar uma vaga? “O primeiro ponto é entender quem é você, quais são suas principais competências e habilidades, o que você pode ofertar, que tipo de conhecimento você tem e em qual setor você se encaixa melhor”, afirma Braga. 

Segundo ele, o profissional também precisa de um planejamento. “Se as empresas gastam milhões para fazer seus planos estratégicos, por que nós, como profissionais, não fazemos também o nosso plano de carreira?”, questiona o headhunter.

Habilidades comportamentais

Na hora da seleção, a formação acadêmica e a experiência profissional têm dividido importância com as habilidades comportamentais. “A parte técnica, já é mais do que comprovado que se ensina. Agora, o comportamental não. Do estagiário ao presidente, as pessoas estão sendo demitidas não porque não têm uma formação ou porque não têm um conhecimento técnico, mas porque não têm as competências, habilidades que são traduzidas em comportamentos”, avalia Braga. 

Por isso, a entrevista já não é mais um espaço apenas para avaliar sua capacidade de exercer aquela função. De acordo com Ana Roberta, a avaliação acontece antes mesmo de o entrevistador começar a perguntar. “Às vezes a pessoa está aguardando numa sala e não percebe que já está sendo observada. Avaliam a cordialidade, como ela trata as outras pessoas e como lida com situações desagradáveis como ficar esperando, por exemplo”, alerta a especialista do Senac.

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