O Banco Mercantil fez 80 anos de mercado. Com sede em Belo Horizonte, a instituição tem foco no público acima de 50 anos e está comemorando resultado recorde com nova marca. Bruno Simão, 40, vice-presidente de clientes, crescimento e marketing, conta os detalhes.

Você está no Banco Mercantil há cerca de um ano. Como é sua trajetória no mercado financeiro?

Eu estou há 20 anos trabalhando com consultoria de negócios, ajudando empresas a definir estratégias de negócios particularmente no mercado financeiro para grandes bancos, seguradoras, startups. Recentemente, recebi o convite do Banco Mercantil para me juntar ao banco com esse grande desafio no movimento de transformação do banco, pra gente criar o que é o grande objetivo: o de ser o melhor ecossistema para o público 50+.

O banco tem experimentado resultados financeiros excelentes. O primeiro trimestre de 2023 registrou lucro líquido de mais de R$ 68 milhões. Qual é esse mercado tão vantajoso para o banco estar tendo essa performance?

Acho que esse resultado vem de um trabalho de longo prazo que a gente está colhendo e vai continuar colhendo por muito tempo e desde a escolha que a gente fez pelo público 50+.

Dos 6,7 milhões de clientes que o Banco Mercantil tem, esse público 50+ é o que tem maior predominância?

Esse público tem maior predominância, esse público tem um pouco mais de 60% da nossa carteira de clientes. É o público-foco do banco, particularmente aposentados e pensionistas do INSS. E é o público para o qual a gente constrói, cria e pensa todos os dias nas soluções financeiras. Quando entrei no banco, um pouquinho mais de um ano atrás, a gente estava comemorando a faixa de 5 milhões de clientes. Hoje são quase 7 milhões de clientes, então gostamos de dizer que somos um banco de 80 anos com crescimento de startup. Esse é o crescimento que mostra que nossas ações estão gerando resultados que têm criado essa conexão com o nosso cliente.

São mais de R$ 12 bilhões de carteira de crédito do Banco Mercantil. Esse volume deve aumentar?

Quanto mais cliente, mais a gente precisa emprestar, mais a gente tem que fazer negócio. Então parte da nossa filosofia é justamente esta: continuar emprestando, continuar sendo uma solução financeira importante para a vida do cliente. Às vezes o primeiro empréstimo da vida do cliente quem está dando é o Banco Mercantil, então isso é motivo de muito orgulho para a gente. Isso faz com que nossa carteira de crédito cresça, uma carteira de crédito bastante pulverizada, com risco muito baixo. O plano para os próximos anos é de um crescimento expressivo.

São 300 pontos de atendimento do Banco Mercantil, com presença em 180 cidades no país inteiro. Podemos esperar mais agências ou o atendimento pelo WhatsApp, o banco digital, essas ferramentas estão dando conta?

Vamos ter o atendimento que o nosso cliente precisa ter. A gente vai ter o atendimento digital, o WhatsApp é muito importante, a gente vai ter o aplicativo, a gente vai ter o telefone, e a gente vai ter o ponto físico, sim. Se meu cliente quer o ponto físico, a gente vai estar lá. A nossa filosofia é: eu vou oferecer o que o meu cliente precisa. Não vou fazer o cliente se adaptar ao banco, o banco se adapta ao cliente. E isso acontece em todos os canais em que a gente trabalha.

Como vai ser a estratégia?

O WhatsApp, em vez de tentar digitalizar o nosso cliente – é uma palavra comum no mercado falar que vai digitalizar os clientes, que eles vão ficar mais digitais –, a gente pensa diferente. O nosso cliente já é digital. A maior parte da população brasileira tem algum tipo de interação com o mundo digital, só que a nossa cabeça é: no lugar de eu entender e falar para o cliente que isso aqui é o modo digital de você ser cliente do Banco Mercantil, a gente pensa diferente. Qual é o seu modo digital? O que você usa? Como é que você trabalha? Como é que você interage com o mundo digital? O que a gente percebeu? Claro que o WhatsApp é uma ferramenta em que esse público já está acostumado a interagir com o mundo digital. Ele manda mensagem para o filho, ele manda mensagem para os amigos, então ele já sabe interagir. O Banco Mercantil possui toda uma solução financeira, toda uma forma de falar com esse cliente, de se conectar com esse cliente dentro do canal que ele já usa, dentro da interação que ele já tem. Então isso fica mais fácil, mais simples para que ele coloque e, principalmente, próximo dele, não é uma barreira que ele vai precisar conquistar. Estar próximo é uma coisa que ele já está acostumado a fazer. Então esse é um canal importante para gente, assim como todos os outros canais. Nossa filosofia é: eu vou oferecer o que o cliente quer. Se o cliente quiser vir na nossa loja, ela está de portas abertas esperando por ele.

Sobre a nova marca do Banco Mercantil. Antes a gente tinha sempre Mercantil do Brasil. Por que essa mudança de marca?

Eu vou começar pelo nome Mercantil do Brasil. Por que a gente era o Mercantil do Brasil? Porque tinha vários (bancos) Mercantil. Minas Gerais tinha um Mercantil. Pernambuco tinha também. Tínhamos vários bancos Mercantil. Com a evolução do cenário financeiro, hoje somos o único Mercantil no Brasil. Então não tinha mais a necessidade de a gente dizer que era do Brasil. E o mais importante de tudo: o nosso cliente nos chama de Banco Mercantil, ele nunca nos chamou de Mercantil do Brasil. E é muito verdade que o cliente é rei. Se o cliente nos chama de Banco Mercantil, nós somos, sim, o Banco Mercantil.

Então o banco está com essa nova marca agora – Banco Mercantil – levando em consideração a tradição dele?

Nós fazemos questão de colocar o banco na nossa marca porque somos, sim, um banco e temos muito orgulho de ser um banco. São 80 anos de história, 80 anos de credibilidade, 80 anos de tradição. E é justamente isso que o nosso cliente quer. O cliente 50+ não está buscando uma aventura. Ele está buscando segurança, ele está colocando o dinheiro dele, o futuro dele em um banco. Então nós temos muito orgulho e nós trazemos isso para o nosso nome, para a nossa marca.

E aí a mudança de Mercantil do Brasil para a marca Banco Mercantil?

E aí nós trazemos na nossa marca elementos que trazem muito mais essa relação que o banco sempre teve com nosso cliente. Então esse eu e você, o banco mais o cliente, essa junção tão importante para nós, hoje está presente na nossa marca. Ela está presente com nós – eu cliente olhando para a mesma direção com essa visão única do que a gente quer encontrar. A gente traz mais do 50+ para dentro da marca. Então a gente traz elementos que contam essa estratégia, que solidificam essa estratégia para dentro da marca, de forma que o cliente se reconheça cada vez mais nessa marca, que a marca seja dele. E que ele tenha isso aí como o seu banco, o meu Banco Mercantil cada vez mais presente na vida do cliente. Com 80 anos, nós mudamos a nossa marca, mudamos a nossa forma de interagir com o nosso cliente e solidificamos essa estratégia de ser, sim, o melhor ecossistema para o público com mais de 50 anos.