Ao lado do CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, e do presidente do Conselho de Administração da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou as obras de expansão do laminador de bobinas a quente na unidade de Ouro Branco (MG).
A usina representa 12% do aço produzido no Brasil. O investimento de R$ 1,5 bilhão, parte de um plano de R$ 6 bilhões destinado à modernização e ampliação das operações da Gerdau em Minas Gerais.
Grandeza da usina
A usina Gerdau Ouro Branco chama a atenção pelo tamanho numa área de 10 milhões m², incluindo 5.000 hectares de área verde preservada, com dois altos-fornos para a produção de aços longos e planos, atendendo aos mercados da construção civil, automotivo, agropecuária, energia, naval, ferroviário, entre outros. Diariamente, mais de 10 mil pessoas circulam pela planta, entre colaboradores e terceiros.
A usina de Ouro Branco é a maior unidade produtora de aço da Gerdau no mundo com capacidade anual de 4,5 milhões de toneladas.
Ouro Preto e mineração
Gustavo Werneck também falou sobre a inauguração, em janeiro de 2026, do maior investimento da história da Gerdau, de R$ 3,5 bilhões em Ouro Preto (MG). "É um investimento numa plataforma de mineração sustentável, sem uso de barragem, que vai trazer um patamar de competitividade para essa usina (de Ouro Branco), que certamente seremos as usinas mais competitivas do mundo", disse o CEO da Gerdau.
Defesa da indústria e concorrência
Diante de um aço importado que está chegando no Brasil a um valor muito menor do que o custo de produção da indústria nacional, o CEO Gustavo Werneck afirmou que por mais que a Gerdau tenha buscado um nível de competitividade nunca visto nesses 124 anos de criação da empresa, mesmo assim é impossível competir com o aço que chega de forma desleal e não isonômica.
O assunto foi debatido com o presidente Lula e representantes do governo durante a solenidade em Ouro Branco. Gustavo acredita que novas medidas de defesa comercial serão implantadas no Brasil.
"Estou muito confiante que depois do que a gente fez aqui hoje, o governo vai implantar novas medidas, um pouco mais duras, para impedir esse volume enorme de aço que entra no Brasil de forma desleal", afirmou.
Empregos
Gustavo Werneck contou que o governo federal, especialmente na figura do ministro (Geraldo) Alckmin, tem sido muito aberto ao diálogo.
"Porque o que não dá é para que empregos no Brasil sejam ceifados numa competição que não é leal, é uma competição desleal, que não segue as determinações da Organização Mundial do Comércio (OMC). E no fundo a gente precisa defender a indústria brasileira, defender o emprego no Brasil. Então o governo tem sido de fato muito aberto ao diálogo e em breve eu acredito que novas medidas serão tomadas".
O CEO da Gerdau contou que o Brasil nunca teve problema de entrada de aço importado. "O Brasil, historicamente, tem tido 11% de penetração de aço importado. Ele chegou a 25%", compara.