O Vale do Peruaçu, no Norte de Minas Gerais, foi oficialmente reconhecido neste mês como Patrimônio Natural Mundial da Humanidade pela Unesco.

O Vale do Peruaçu é conhecido por suas formações geológicas e por suas arte rupestre milenar.

A conquista do título de Patrimônio Mundial pela UNESCO é vista como um marco civilizatório para Minas Gerais e para o Brasil, abrindo novas oportunidades para o desenvolvimento sustentável e o potencial turístico na região, além de aumentar a visibilidade do Estado e fortalecer a oferta de experiências turísticas, conforme o governo.

Primórdios

Emocionado com o título, José Fernando Coura, membro do Conselho de Administração da Petrobras, vice-presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), presidente licenciado do Conselho Deliberativo do Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra), diretor da AVG Siderurgia e membro do Conselho de Administração da Bemisa, contou que o Vale do Peruaçu faz parte de sua história desde os tempos de estudante na Escola de Minas e Metalurgia de Ouro Preto.

"A princípio diretor, depois secretário e presidente da Sociedade de Espeleologia, recebemos informações do professor Simeão Ribeiro e aerofotos da Força Aérea Americana", detalhou.

Congresso de Espeleologia

José Fernando Coura contou que com o estereoscópio fizeram a interpretação das fotos e descobriram o Peruaçu.

"Fizemos várias excursões, e no Congresso de Espeleologia de 1976, pudemos publicar e mostrar ao mundo aquela maravilha. Agora, 50 anos depois, o Vale do Peruaçu é reconhecido como Patrimônio da Humanidade. Tenho muito orgulho de ter trabalhado na primeira equipe que mapeou, estudou e divulgou o Peruaçu. Isso entra para a minha história e para a história dos mineiros", comemorou Coura.

Ecossistema

O Vale do Peruaçu abrange mais de 38 mil hectares, reunindo ecossistemas da Mata Atlântica, do Cerrado e da Caatinga.

Com cavernas e sítios arqueológicos milenares, o Peruaçu abriga ainda a Gruta do Janelão, com mais de 100 metros de altura e 60 de largura; e a Perna da Bailarina, a maior estalactite do mundo, com cerca de 28 m de comprimento.

São cerca de 114 sítios arqueológicos, com registros da presença humana de aproximadamente 12 mil anos.