Moto

Com rivais de peso, Honda CB 1000R esbanja potência e estilo na cidade

Nova geração da naked com visual retrô e futurista ao mesmo tempo chama atenção nas ruas

Por Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2019 | 03:00
 
 
Apesar das virtudes, a CB 1000R peca no conforto; o peso do corpo recai sobre os braços do piloto Foto: Raimundo Couto

Acostumado há anos com a pilotagem diferenciada das motos no estilo das Big Trail, ou seja, mais altas, que transmitem uma sensação de segurança e maior controle, confesso que fiquei curioso com o convite do Leandro, que cuida da frota de motocicletas da japonesa Honda, para passar uns dias conhecendo, em todos seus detalhes a nova CB 1000R, lançada ano passado no Salão de Milão, na Itália e que já esta à venda no Brasil.

Assim que foi agendado os dias do testes aguardei com expectativa o momento de retirar a moto na concessionária Minas Motos, na loja da avenida Antônio Carlos. Finalmente o dia chegou e lá fui de capacete na mão, buscar a “possante” para passar uns dias na minha garagem.

Como sempre, depois de ser muito bem recebido pelo Mauricio, assinar o comodato, era a hora de começar o teste. E em plena hora de grande movimento na principal via de acesso à Pampulha, Venda Nova, Santa Luiza e adjacências.

Se a primeira impressão é a que fica, a CB 1000R fez um belo trabalho e assim que o botão de start foi acionado e o ronco grave do motor de quatro cilindros se fez ser ouvido, uma adrenalina de principiante tomou conta do ambiente, primeira marcha engatada e lá fomos nós.

Apesar da “cara de brava”, a nova Honda se mostrou uma moto bem domesticada, mas que não foge à “luta” quando tem seu acelerador instigado.

Ciclística

Confesso que a principio fiquei apreensivo com a potência de 141,4 cv e o alto torque de 10,2 kgfm, já pilotei motos de cavalaria superior, mas naquele estilo naked, ou seja, sem carenagem e com visual retrô, denominado como Neo Sport Café.

De tocada dócil e bem fácil, a CB 1000R atende aos comandos e tudo depende do “juízo” do condutor na medida que vai girando a mão esticando o cabo do acelerador. É preciso ter uma certa experiência, sua força é bruta e ela entende e atende quando se exagera neste comando.

Nada que em alguns minutos não se acostume, como aconteceu comigo, e no terceiro ou quarto sinaleiro, na movimentada avenida, já estávamos quase “íntimos” e amigos da japonesa possante.

Passado o primeiro momento de adaptação, andar, no trânsito da cidade, é um prazer que pode ser praticado com segurança e conforto, ainda que por seu estilo a condução da pilotagem seja muito distinta das motos que, no meu caso, estou acostumado.

Hornet

De saudosa memória, o modelo Hornet, da Honda, tem muita similaridade com a proposta de utilização da nova CB 1000R, inclusive por causa do tamanho e do barulho dos quatro cilindros, que parecem afinados por um maestro de orquestra e passa uma sensação de esportividade e de liberdade. Os anos se passaram e hoje é preciso criar, sugerir o novo e trazer para a atualidade boas lembranças do passado.

Foi o que fez a Honda, ao mesclar estilos retrô e futurista, que apesar de ser contraditório, comanda a atual tendência no design. É o que os japoneses conseguiram fazer, reunir o melhor dos dois mundos em um único produto, que traz em seu visual elementos que misturam o clássico com o moderno.

Destaque, também, para o “arsenal” eletrônico do modelo, com vários modos de assistência à condução, antes só usados em modelos esportivos como a CBR 1000RR ou a aventureira, para gente grande, Africa Twin.

Tecnologia embarcada

O motor é uma herança da Fireblade, mas menos potente e adequado para o uso que fizemos em nossa avaliação, mais urbano. Ao invés dos 192 cv e 11,8 kgfm oferecidos na superesportiva, na Sports Café, o motor de quatro cilindros com 998 cc entrega 47 cv a menos.

O modelo tem acelerador eletrônico com quatro modos de pilotagem – para chuva, direção padrão, condução esportiva e um último personalizável – que atuam sobre as configurações de potência, freio motor e controle de torque. A compressão foi elevada, os pistões são forjados e tanto a alimentação quanto os dutos de admissão e escape foram modificados.

Tudo para adequar a CB 1000R às normas de emissões e, consequentemente, melhorar seu desempenho e eficiência. Soma-se aí a transmissão de seis marchas com relações mais curtas e uma nova embreagem deslizante e assistida, com modo antibloqueio – o que certamente contribui para uma sensação de pilotagem mais recompensadora.

* Principais rivais da Honda CB 1000R

  • Yamaha MT-09 - R$ 43.690
  • Suzuki GSX-S 1000 - R$ 53.770
  • Kawasaki Z1000 R Edition - R$ 60.990

As rodas têm 17 polegadas e a iluminação é em LED. O quadro de instrumentos exibe luz que indica o momento certo de reduzir ou passar a marcha à frente. Ele também sinaliza qual o modo de pilotagem está acionado, além de indicar em que velocidade a transmissão está atuando.

Em resumo a CB1000R é uma moto que se adapta ao que lhe é exigido, na cidade tem tocada dócil e na estrada “chega junto” assim que o acelerador é demandado, mas com segurança.

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