Só branco ou prata!

País asiático proíbe a circulação de carros pretos

Presidente do Turcomenistão, na Ásia Central, determina que todos veículos pretos sejam banidos das ruas do país a partir deste mês; decisão polêmica tem a ver com predileção cultural do país pela cor branca, que traria boa sorte

Seg, 08/01/18 - 13h31
No país da ex-União Soviética, predominam muitos veículos da marca russa Lada | Foto: Reprodução/Internet

O governo do Turcomenistão, na Ásia Central, começou 2018 com uma decisão a princípio polêmica: banir a circulação de todos veículos pretos nas ruas do país. Os donos destes modelos estão sendo obrigados a pintar seus carros de branco ou prata. A notícia foi divulgada por um site de oposição ao regime do presidente vitalício do Turcomenistão, Gurbanguly Berdimuhammedow.

A decisão ganhou o noticiário do país com pouco mais de 5 milhões de habitantes e que pertencia à União Soviética no passado e tem a fama de  possuir um dos governos mais tiranos da região. Não houve anúncio oficial, mas segundo a rádio local Azalyk, cidadãos do país contaram que foram ordenados a repintar seus carros pretos.

Ainda conforme a imprensa local, muitos inclusive tiveram os veículos confiscados das ruas pelo governo e rebocados para o "Detran" do país. Neste caso, só estariam sendo devolvidos aos donos após a assinatura de um termo de compromisso sobre a repintura do veículo para cor branca ou prata. As oficinas da capital Ashgabat estariam superlotadas e cobrando até R$ 11 mil pela repintura.

Justificativa

De acordo com fontes locais, o presidente teria cismado que os carros pretos estaria trazendo azar ao país, que vive uma profunda crise financeira. Por tradição, o branco está ligado à boa sorte no Turcomenistão. Não por menos, dezenas de prédios públicos da capital do país, Ashgabat, são revestidos de mármore branco.

A predileção pela cor branca já levou o país, um dos maiores produtores de gás natural do mundo, a outras proibições bizarras. Por lá, desde 2014, é proibido colocar insulfilm nos carros. Um verdadeiro crime, já que os termômetros chegam a marcar 50°C no verão. Além disso, a importação de automóveis na cor preta foi proibida um ano depois, em 2015.

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