Os carros 100% elétricos seguem seu processo de evolução no mundo. Prova disso é o Renault Zoe, o compacto ligado a tomada da marca francesa, que está cada vez mais tecnológico e com visual atraente.

A nova geração do Zoe desembarcou por aqui, importado da França, em meados de 2021. Além do novo desenho, o carro da Renault ganhou motor (elétrico) mais potente, além de uma bateria com maior autonomia.

O elétrico da Renault é oferecido em versão única (chamada Intense) com preço a partir de R$ 239.990.

Renault Zoe é caro, mas...

Apesar de ser um valor “salgado”, o compacto elétrico da Renault custa menos do que outros modelos 100% elétricos em oferta no país, como o Chevrolet Bolt (R$ 329 mil) ou o Nissan Leaf (R$ 298.490). Porém, ainda está longe de ser o “carro verde” mais barato à venda no Brasil: o Renault Kwid E-Tech (R$ 146.990). 

O preço do Zoe também é compatível com outros mercados. Na Europa, o elétrico francês sai por cerca de 35 mil euros (cerca de R$ 200 mil na conversão direta, sem contar os impostos). 

Pesando na balança, é bom lembrar que, por R$ 200 mil, compra-se no Brasil modelos de maior porte, tal como SUVs compactos ou picapes médias e bem-equipadas, mas desprovidas de motorização híbrida ou 100% elétrica.

Interior do elétrico melhorou

Visto do lado de fora do carro, o Zoe mudou pouco em relação à sua primeira geração. Na parte da frente, destacam-se os novos detalhes cromados na grade dianteira, além do conjunto de faróis, agora 100% de LED. Nas laterais e na traseira do carismático compacto da Renault, nada de novo.

A história muda de figura no interior do Renault Zoe. Notadamente, o nível de acabamento do modelo elétrico melhorou. Há menos plástico rígido na cabine que, ainda assim, segue simples e funcional. O maior luxo se limita aos bancos e ao volante revestidos em couro sintético.

Frustrações pontuais do Zoe

Um ponto talvez decepcionante para quem compra um carro de mais de R$ 200 mil é tela da central multimídia do Zoe, com apenas 7 polegadas. Outro item que destoa do ar moderninho do carro é a presença do obsoleto comando-satélite, ao lado do volante, para controlar funções da central multimídia.

Em compensação, ela conta, por exemplo, com sistema de espelhamento sem fio com smartphones. O painel de instrumentos 100% digital do Zoe é outro ‘mimo’ que remete a modelos mais caros e sofisticados no Brasil.

Lista de equipamentos do Zoe

Fora isso, o 100% elétrico da Renault traz o pacote básico esperado de um carro de mais de R$ 200 mil. O Zoe sai de fábrica com ar-condicionado digital, direção elétrica e volante multifuncional com ajustes de altura/profundidade e chave presencial com partida por botão. 

Completam a lista as rodas de liga leve aro 16, câmera de ré e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro. Entre os itens de segurança, o Renault Zoe sobressai por vir com assistente de frenagem de emergência e detectores de ponto cego nos retrovisores, mas poderia ir além dos 4 airbags de série.

Elétrico, mas compacto

Em termos de espaço interno, o Zoe é modesto. O piso interno 100% plano ajuda na tarefa de acomodar os passageiros, mas se o carro for ocupado por pessoas com mais de 1,80 m, um certo aperto no banco de trás é praticamente inevitável.

Em contrapartida, o porta-malas do elétrico da Renault tem 338 L, capacidade dentro da média entre os hatches compactos.

Evoluções na bateria

Quando se fala sobre carro elétrico, vindo logo a cabeça é o tempo de carregamento da bateria e sua autonomia. Além do interior mais refinado, talvez seja este ponto a maior evolução do Renault Zoe.

Nesta nova geração, o carrinho consegue rodar até 385 km com a bateria em 100%. Antes, a autonomia máxima era de 300 km. A reportagem do Super Motor fez um teste de carregamento da bateria.

Estacionado em uma estação de recarga rápida de um shopping de BH, o elétrico precisou pouco mais de 1h30 para recuperar 60% da bateria, que estava a 40%. 

Câmbio com função extra

Segundo a Renault, via wall box residencial, vendido à parte por cerca de R$ 8 mil, o Zoe pode precisar ficar ligado na tomada por até 8 horas e meia para concluir o processo de recarga.

O câmbio do Zoe traz agora uma posição B. Nesta posição, o efeito freio-motor fica mais forte e colabora para o processo de regeneração da carga da bateria, obtida por meio da energia cinética do movimento das rodas e nas frenagens.

Renault Zoe fica mais esperto na pista

Ao volante, o Renault Zoe deixa pouco a desejar. Com torque instantâneo de 25,5 kgfm e um motor de 135 cv de potência (47 cv a mais que o Zoe antigo), o carrinho produz arrancadas e retomadas de velocidade vigorosas na pista e, claro, muito silenciosas por não ser movido com motor a combustão. 

A suspensão do hatch é bem calibrada e filtra bem os buracos, passando uma sensação de conforto interessante. A bateria fica no assoalho e ajuda a equilibrar o centro de gravidade do Zoe, que se comporta muito bem ao fazer curvas.

O carro ainda emite um barulho parecido com o do seriado Jetsons para evitar acidentes e sinalizar aos pedestres que vem um carro elétrico e sem barulho pelo caminho.

Ficha técnica do Renault Zoe E-Tech Intense

Motor: elétrico, dianteiro, transversal, síncrono
Potência máxima: 135 cv entre 4.200 e 11.163 rpm
Torque máximo: 25 kgfm desde 1.500 até 3.600 rpm
Câmbio: Automático com marcha única à frente e uma à ré
Baterias íons de lítio, 52 kWh
Autonomia: 385 km (no ciclo WLTP, europeu)
Tempo de recarga: recarga rápida DC 50kW (0-80%) em 1h05; 11kW trifásico (0-100%) em 5h48; wallbox 74 kW monofásico (0-100%) em 8h33
Freios: a disco ventilados nas 4 rodas
Direção: elétrica
Pneus e rodas: 185/65 aro 16
Velocidade máxima: 140 km/h
0 a 100 km/h: 9,5 segundos
Tamanho: 4,08 m (C), 1,73 m (L), 1,56 m (A), 2,58 m (entre-eixos)
Porta-malas: 338 L