A norte-americana Ford vive, no mundo, uma fase de readaptação ao novo formato dos negócios envolvendo automóveis. No Brasil, o primeiro reflexo destas mudanças pode ser comprovado com o anúncio do fim das operações de sua mais antiga fábrica na capital paulista, a planta de São Bernardo do Campo, na região do ABC.
Naquela fábrica eram produzidos os caminhões Ford e o Fiesta. A produção dos pesados está em seus extertores e daqui alguns meses se encerra em definitivo, já a linha de montagem do compacto premium está desativada desde de junho e o modelo não está mais na gama de oferta da empresa.
Com o fim do Fiesta, a interrupção da importação do Focus e do sedã grande, Fusion, o portfólio da Ford no país se resume ao Ecosport e ao Ka, montados em Camaçari, na Bahia e da picape Ranger, recentemente reestilizada e que chega ao Brasil via Argentina. Muito pouco para uma tradicional fabricante que já viveu o esplendor de áureos tempos no mercado brasileiro.
Confira o carro no vídeo:
Novos tempos
Para dar a volta por cima, é preciso se mexer e é o que a Ford inicia com o anúncio feito na última quarta-feira (7), que irá mesmo comercializar no Brasil e na Argentina, um novo SUV, médio, o Territory.
O modelo chegará ao mercado nacional no começo do próximo ano, mas até lá terá muitas ativações para quando estiver entre nós, ter todas suas potencialidades conhecidas pelo consumidor.
O SUV é de tamanho similar ao do Jeep Compass, um sucesso de vendas que hoje reina, praticante sozinho, mas que a Ford promete interromper e abocanhar uma fatia expressiva deste bolo.
Vale ressaltar que este é o tipo de produto de alta rentabilidade, que fez brilhar os olhos do fabricante e de sua rede de distribuidores, ainda mais se tiver produção local, o que a Ford não confirma, oficialmente, mas que existe grandes possibilidades de se tornar concreto.
O anúncio
A primeira vez que o Territory apareceu foi no Salão do Automóvel de São Paulo, no ano passado, como teste de mercado e desde então vinha sendo apontado como forte candidato à ampliação da linha no Brasil, o que foi confirmado nesta quarta-feira, (7).
Pelo que se pode perceber durante o evento de apresentação do Territory, a Ford irá fornecer, em doses homeopáticas, as informações mais detalhadas do modelo. “Motorizações, versões e preço, serão divulgados mais próximo do lançamento”, é o que divulgou, por enquanto, a assessoria.
Durante o lançamento em São Paulo, que contou com a presença de jornalistas do Brasil e da Argentina, foi confirmado por Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, que o novo SUV, Territory, que promete ser a “pedra no sapato” do Compass, terá sua primeira exibição pública no mês que vem, no Rock in Rio, festival que tem a Ford como montadora oficial.
Negócio da China
O novo SUV que a Ford vai vender na América do Sul no ano que vem, teve seu desenvolvimento feito pela filial da montadora na China, em conjunto com a JMC. O modelo faz parte de uma nova geração de veículos com conceito avançado e tecnologias encontradas apenas em segmentos superiores.
A conectividade é um de seus pontos fortes. Além de carregamento sem fio para celular, central multimídia e painel de instrumentos com telas de dez polegadas.
Ele terá um sistema de comunicação em tempo real com modem embarcado conectado ao FordPass que permite ao motorista travar, destravar, dar partida, localizar e obter informações de telemetria do carro remotamente. Esse recurso também poderá viabilizar a oferta de novos serviços, como seguros baseados no uso do cliente.
Conectada
Para Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul, “o Territory é um grande exemplo de como a Ford está se transformando rapidamente para cada vez mais espelhar os consumidores de hoje e do futuro. Ou seja, uma geração conectada, móvel e ativa que quer resolver seus problemas de forma fácil e rápida e tem o tempo como commodity mais valiosa”, afirmou o executivo.
Segundo a Ford, o SUV oferece o maior espaço da categoria para os passageiros de trás e traz equipamentos como câmera de visão 360 graus. Suas tecnologias de assistência ao motorista incluem piloto automático adaptativo, estacionamento automático, alerta de permanência em faixa e monitoramento de ponto cego.
Luz no fim do túnel
Lyle Watters mostrou uma visão otimista em relação às perspectivas de crescimento econômico do Brasil e da Argentina, os dois maiores mercados da região. O acordo entre o Mercosul e a União Europeia foi destacado como um dos fatores que contribuem para essa percepção.
"Esse acordo é um dos maiores já celebrados no mundo. Ele terá uma implantação gradual, mas vai mudar as relações do Brasil e da Argentina com o mundo. Achamos isso muito importante para a região e em particular para o setor automotivo e vai exigir um intenso trabalho para elevar a nossa competitividade”, disse.
Citou, também, a aprovação da reforma da previdência e os esforços do governo e do Congresso em direção ao realismo fiscal como pontos favoráveis dessa evolução.
“Na minha visão, estes são os combustíveis para um crescimento sustentável da economia”, afirmou. O executivo também demonstrou confiança de que a Argentina seguirá um caminho de modernização administrativa e econômica, independentemente do candidato que sair vencedor das eleições presidenciais em outubro.
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