DEVOÇÃO

Festa da Padroeira reúne 160 mil em Aparecida

Desde as primeiras horas da manhã, a imagem da santa, encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul em 1717, principal atração do templo religioso, foi disputada por extensas filas de romeiros

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 12 de outubro de 2014 | 19:58
 
 

No dia em que a Igreja Católica celebra a festa de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, o Santuário Nacional, no Vale do Paraíba, recebeu 160 mil fiéis. São histórias e fé e devoção à santa que atraem e emocionam peregrinos. Missa solene terminou em tom político e com caminhada do candidato tucano Aécio Neves ao lado de eleitos e selfies com romeiros.

Desde as primeiras horas da manhã, a imagem da santa, encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul em 1717, principal atração do templo religioso, foi disputada por extensas filas de romeiros. Uma visitação mais próxima da imagem chegou a demorar até duas horas no período da manhã.

Mas sacrifício é o que muitos devotos não temem ao chegar à cidade em caravanas por ônibus, de carro, de bicicleta ou até mesmo a pé. Um desses sacrifícios é a travessia da passarela de joelhos ao chão. A ponte liga a parte alta de Aparecida ao centro religioso e tem 392 metros de extensão. Mesmo sob o sol escaldante de 33 graus muitos fiéis fizeram a travessia pagando promessas ou fazendo pedidos.

O mineiro Johny Francisco Calazans, de 22 anos, pedia a cura de uma deficiência visual de nascença para a sobrinha Nicolle. "Eu peço a cura para ela, acredito muito na Santa que ela será curada", disse em meio ao suor e as lágrimas enquanto subia de joelhos.

Já o construtor civil Sebastião dos Santos Pereira, 75 anos, próximo a concluir o trajeto de retorno ao Santuário e percorrido mais de 700 metros de joelhos, entre ida e volta, fez o sacrifício em agradecimento pelas bênçãos recebidas. Há 15 anos ele faz o percurso e credita à fé. "Abaixo de Deus é Nossa Senhora Aparecida", comentou.

E quem cuida da Capela das Velas, local onde os fiéis acendem vela em agradecimento ou para fazer pedidos, também tem muita história para contar. Antonio Queiroz trabalha há 5 anos na limpeza do espaço e define seu trabalho em uma frase. "A cada pessoa é um relato diferente, é uma história para contar, já vi e ouvi de tudo aqui, se tem uma coisa de que não podemos duvidar é a fé do povo".

Apesar da maioria das pessoas visitar o local pela fé, ele critica alguns "fiéis famosos", que segundo ele vem só pela mídia. "Tem gente que vem com assessor e monte de gente junto só para fazer foto e gravar", critica.

Queiroz disse que ao fazer a manutenção dos tanques já encontrou diversas alianças, joias e moedas. Neste domingo um homem chegou na capela e em vez de acender velas jogou muitas moedas ao chão e saiu andando, até quem estava rezando interrompeu a oração para pegar o dinheiro, contou.

Somente neste fim de semana da festa da Padroeira a limpeza dos tanques deve garantir cerca de 20 mil quilos de cera derretida das velas acessas pelos devotos.