Uma jovem de 21 anos usou sua conta no Instagram para denunciar abusos sexuais e torturas sofridos por ela e pela mãe pelo padastro por anos. As duas moram no município de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Segundo a Polícia Civil, o homem foi preso e nega as acusações.
A jovem contou que a mãe era frequentemente abusada e torturada. "Meu caos teve início quando eu tinha 12 anos, minha mãe era agredida,abusada,violada e torturada quase todos os dias. Meu padrasto era obsessivo e ciumento com ela. Resumindo de uma maneira geral, ela era agredida com chutes, joelhadas, objetos.. Era abusada sexualmente de todas as formas possíveis. Era obrigada a tomar bebidas até vomitar e quando vomitava tinha que tomar o próprio vômito como castigo", contou a jovem.
Depois ela também começou a ser abusada. "Ele enfiou as pizzas na minha boca me chamando de animal, eu vomitei e comi meu próprio vômito. Meu gato comeu um pedaço e lambeu outro, ele me obrigou a comer o que ele havia lambido. Eu apanhei a noite toda e no outro dia eu tinha que fingir que nada havia acontecido", relatou.
A menina contou ainda que tentava denunciar, mas ele ameaçava ela e toda a família. Por causa dos abusos frequentes ela sofreu vários abortos. "Nunca pude ir ao médico pra fazer curetagem. Todas as vezes sangrava e passava mal a noite inteira. Já vi os bebês inteiros no vaso sanitário. Eu era chamada de burra, anta, doente, demente todos os dias e era obrigada a repetir isso pra mim mesma", escreveu a jovem.
A jovem contou ainda que tem uma irmã filha deste padastro e que amenina apesar de não ter sido torturada ou estuprada, perdeu a infância e cresceu com medo do pai agressivo. A mãe dela perdeu um bebê, porque o homem não queria outro filho.
"Minha mãe apanhou tanto que teve um parto prematuro, meu irmão morreu depois de 6 dias de nascido. Quando ela estava grávida dele levou diversos chutes e joelhadas na barriga. Ele não queria mais um filho. Ela pulou um muro pra se salvar, mais de 2 metros de muro com as unhas", contou.
As vítimas foram ouvidas pela Polícia Civil e a mãe confirmou a história da jovem.
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