Saúde

Morte de bebê por sarampo no Rio acende alerta para risco da doença

É o primeiro óbito confirmado naquele Estado em 20 anos; em MG, há 1,67 milhão sem proteção

Sáb, 15/02/20 - 06h00
Casos de Sarampo também foram registrados no Brasil, que perdeu o certificado de país livre da doença | Foto: Ministério da Saúde/Divulgação

Ouça a notícia

A morte de um bebê de 8 meses na Baixada Fluminense por sarampo, divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (14), acendeu um alerta para a gravidade da doença altamente contagiosa, que avança, com o acometimento de 136 mineiros só em 2019. Foi o primeiro óbito registrado no país em 2020. Há 20 anos, o Rio de Janeiro não tinha mortes por sarampo.

Neste sábado (15), no chamado Dia D da Campanha Nacional de Vacinação contra a enfermidade, todos os postos de saúde mineiros estarão abertos para imunizar pessoas de 5 a 19 anos. A iniciativa vai até 13 de março. 

Para uma pessoa estar totalmente protegida contra o sarampo, é preciso que ela tenha tomado duas doses da vacina. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), somente na faixa etária foco da campanha, de 5 a 19 anos, 529.417 pessoas tomaram apenas uma dose no Estado, e 1,67 milhão, nenhuma. 

“Como o Estado ficou muito tempo sem ter casos de sarampo, causou a falsa impressão na população de que a doença não voltaria e as pessoas deixaram de buscar os postos de saúde para vacinar. Mas essa morte no Rio de Janeiro é extremamente preocupante por causa da proximidade dos Estados”, afirma a coordenadora de Imunização da SES-MG, Josianne Gusmão.

Ela explica que, para evitar que o sarampo avance, mesmo os que não estão dentro da faixa etária estipulada para a campanha devem atualizar os cartões de vacinação.

A partir de 6 meses

O risco de surto de sarampo levou à ampliação da vacinação para bebês menores de 1 ano. É a chamada “imunização zero”, que não anula a necessidade das outras duas doses.

“Desde o ano passado, começamos a vacinar os bebês a partir de 6 meses. Mas eles têm que ser vacinados de novo porque o sistema imunológico de menores de 1 ano não garante proteção por longos períodos”, diz a diretora de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Lúcia Paixão.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.