O Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária liberou, na sexta-feira, 36 novos agrotóxicos para uso no Brasil. Ao todo, em 2019, foram registrados 474 produtos, a maior quantidade em 14 anos.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 94,5% de todos os agrotóxicos registrados neste ano são genéricos, ou seja, utilizam ingredientes que já eram comercializados no país em outros produtos.
“O objetivo da aprovação de produtos genéricos é aumentar a concorrência no mercado e diminuir o preço dos defensivos, o que faz cair o custo de produção”, diz o órgão.
Dentre os 36 agrotóxicos liberados, quatro são orgânicos ou biológicos. Na prática, isso quer dizer que esses produtos podem ser utilizados tanto na agricultura orgânica quanto na tradicional. Com esses quatro produtos, chega a 40 o número de agrotóxicos orgânicos ou biológicos.
O ministério afirma que a alta de registros em 2019 se deve a “medidas desburocratizantes” que aceleraram a fila de pedidos de registro. Para o órgão, a liberação dos novos produtos aumentou a produtividade do ministério, bem como da Anvisa e do Ibama – responsáveis por analisar os pedidos.
Ainda segundo o ministério, além de acelerar a fila de análise de registros, também era objetivo do órgão aprovar novas moléculas que seriam menos tóxicas. Entretanto, as duas novas moléculas liberadas nesta sexta e citadas pelo órgão em nota (Florpirauxifen-benzil e Fluopiram) são classificadas pela Anvisa como medianamente tóxicas.
Levantamento da “Folha de S.Paulo” comparou 96 ingredientes ativos dos agrotóxicos liberados no Brasil até o dia 19 de setembro. Dos 96 ingredientes, 28 são barrados na União Europeia, 36 na Austrália, 30 na Índia e 18 no Canadá.