EM SÃO PAULO

Protesto contra gastos no Mundial reúne 12 mil pessoas no Itaquerão

Policiais militares e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) participaram do ato na noite desta quarta-feira (4)

Qua, 04/06/14 - 22h02

Um ato de protesto contra os gastos com a Copa do Mundo reuniu cerca de 12 mil pessoas em frente o estádio Itaquerão, na noite desta quarta-feira (4). Participaram da manifestação policiais militares e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Para os sem-teto, o Poder Público deveria ter priorizado gastos em habitação. Os sem-teto reivindicam a construção de moradias e a destinação de imóveis desocupados para habitação popular. De acordo com o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, a intenção é mostrar que o movimento está disposto a continuar com todas as mobilizações contra a Copa, caso não haja resposta concreta às reivindicações.

“Nós queremos mostrar para quem desacreditava, para os governos, que a gente sabe o caminho, se as nossas reivindicações permanecerem na geladeira, no dia do jogo vai ter muita gente sem ingresso querendo entrar também [nos estádios].”

Boulos ressaltou ainda que o movimento está disposto a fazer atos públicos durante a Copa, mesmo que haja repressão policial. “Não adianta colocar na televisão que vai ter Exército, que vai ter polícia na rua, porque polícia e Exército não são nada para o povo organizado.”

Já os militares, pedem um reajuste salarial de 19%. O governo não ofereceu nenhum aumento. "Esse valor corresponde ao que o governo não deu no ano passado e neste ano. Eles disseram não ter previsto esse gasto no orçamento, mas a gente provou que o impacto do reajuste será pequeno, porque representa entre 350 e 480 reais por praça", afirmou o coronel Sérgio Payão, um dos organizadores do ato.

Segundo o coronel, a vida em São Paulo é mais cara que em outras capitais brasileiras, mas o salário não corresponde. "Sergipe, Rio Grande do sul e vários outros Estados têm salário melhor para a polícia. Aqui, tem um PM para cada 507 habitantes. Em Brasília, é um para 189. Somos submetidos a uma carga de trabalho muito maior", explicou.

O coronel também citou a Copa da Mundo como um ponto a ser considerado pelo governo. "Somos contra a greve porque quem paga é o cidadão. Mas nesse contexto está se tornando insuportável. Inadmissível que num ano como esse tenham esquecido da nossa categoria", disse. Uma das possibilidade cogitadas pela PM é, se não houver acordo, cumprir a operação padrão.

Resposta

A Secretaria de Segurança Pública informou, em nota, que "tem mantido diálogo transparente e permanente com a Polícia Militar" e que "os índices de aumento salarial serão anunciados no tempo oportuno". Ainda segundo a SSP, na atual gestão já foram concedidos três aumentos salariais e a promoção de 27.282 policiais militares.
 

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Agências Estado e Brasil