Mesmo com o retorno das aulas presenciais dos alunos da rede municipal da educação infantil, em Belo Horizonte, previsto para a próxima segunda-feira, dia 03 de maio, cerca de 70% dos professores devem aderir à greve sanitária e não voltar para a sala de aula. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública de Belo Horizonte (Sind-Rede BH).

Uma assembleia virtual da categoria está prevista para ser realizada às 14h desta sexta-feira (30), para definir se a categoria vai acatar ou não a retomada das aulas presenciais. “Temos entre 65% a 70% dos 6.000 trabalhadores da educação infantil dispostas a aderirem à greve. Existem muitas ameaças por parte da Prefeitura aos trabalhadores, como o cortar o ponto daquele profissional que não comparecer na escola. Mas, os trabalhadores têm muita consciência do risco que representa essa volta”, diz Vanessa Portugal, diretora do Sind-Rede BH.

Atualmente, a capital mineira conta com 145 escolas municipais de educação infantil, que atendem 108 mil alunos, de 0 a 5 anos, junto com outras 60 escolas de ensino fundamental que têm ensino infantil, segundo dados da prefeitura. Na avaliação da diretora do Sind-Rede BH, esse retorno à sala de aula não é seguro.

“Desde fevereiro, a pandemia só vem piorando na cidade, com o surgimento de novas cepas do vírus. Exigir que as crianças da educação infantil cumpram os protocolos sanitários da Prefeitura dentro da escola é impossível. Isso porque elas não usam máscara direito e não vão perder o contato uma com a outra. Além disso, a maioria das escolas está em obras. Não existe nenhum protocolo disciplinar para o trabalhador, por exemplo, se ele manifestar algum sintoma da Covid, o que deve ser feito. Também não temos testagem em massa dos profissionais”, diz.

Questionada sobre o número de escolas da rede municipal que estão 100% preparadas para o retorno presencial das aulas na próxima segunda-feira, quais os tipos de equipamentos de proteção individual estão sendo fornecidos para professores e servidores administrativos e o que será feito caso a categoria entre em greve sanitária, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) não se respondeu até o fechamento desta reportagem.

Em nota, a pasta informou apenas que as escolas municipais retornaram às atividades no último dia 26 de abril e que nesta semana está sendo realizada a recepção dos professores, ações de organização interna dos grupos de trabalho, análise da adesão ao retorno presencial da comunidade atendida, “bem como a comunicação com as famílias informando sobre a organização de cada grupo de crianças, dias e horários de atendimento. Além de questões importantes referentes à conscientização para viabilizar a segurança necessária no retorno dos alunos no dia 3 de maio”, disse.