A Procuradoria Geral de Justiça de Minas interrogou ontem pela segunda vez o promotor André Luís Garcia de Pinho, 51, preso desde o último dia 4 sob suspeita de ter assassinado a mulher Lorenza Maria Silva de Pinho, 41, no apartamento onde viviam, no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte, no dia  2 de abril.

Pinho chegou ao prédio do Ministério Público, no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul da capital, em um veículo descaracterizado. O segundo depoimento dele sobre a morte da mulher durou cerca de 3h30. Ao fim do interrogatório,  apenas os dois advogados do promotor, Robson Lucas e Epaminondas Fulgêncio, falaram com a imprensa.

Segundo Lucas, o promotor respondeu a todos os questionamentos feitos pela promotoria que acompanha o caso. “André estava muito calmo e respondeu tudo que foi perguntado”, comentou.

Laudo do IML

Apesar do laudo da necropsia feita no corpo de Lorenza ainda não ter sido oficialmente divulgado, Robson Lucas disse ter tido acesso antecipado ao documento e que ele atesta que a mulher do promotor não foi assassinada.

“O laudo me foi entregue porque como advogado de defesa tenho acesso a partes do processo. Ele revelou que a Lorenza morreu vítima de intoxicação pela combinação de álcool e diferentes tipos de medicamentos antidepressivos. No documento, não consta nada sobre esganadura como chegou a ser dito na mídia dias atrás”, afirmou o advogado do promotor.

Ainda conforme Lucas, um perito foi contratado pela defesa do promotor para esmiuçar o resultado do laudo. “Optei em contratar um perito para explicar o laudo, para que nada seja deixado de lado, nem possa ser rebatido”, esclareceu.

O pai de Lorenza, o aviador aposentado, Marco Aurélio Silva, 73, disse à reportagem que ainda não teve acesso ao documento. A Procuradoria-Geral de Justiça promete concluir a investigação sobre a morte de Lorenza amanhã, quando é esperada a divulgação oficial do laudo da necropsia no corpo.

Procurado por O TEMPO, o Ministério Público informou por sua assessoria de imprensa que não irá se manifestar sobre as falas dos advogados do promotor após o depoimento dele ao órgão.