A queda de um monomotor próximo a uma residência do bairro Caiçara trouxe à tona uma velha reclamação de moradores de bairros da região noroeste de Belo Horizonte: a proximidade do Aeroporto Carlos Prates com uma área predominantemente residencial.

A aposentada Giselle Almeida, 75 anos, moradora do bairro Caiçara há 30, reclama da insegurança que a proximidade traz para ela e seus vizinhos.

“Não deveria existir escola de pilotagem próximo a residências. Tem treinamento de helicóptero também, que é ainda mais perigoso. Sempre falei que uma hora cairia um. Poderia ser uma tragédia muito maior”, disse.

O susto também fez a dona de casa Elaine Teodoro, 48, sair de casa às pressas para ver o que estava acontecendo.

“Sai correndo e só vi fogo. Achei que o fogo fosse entrar na minha casa. Vai precisar mais pessoas morrerem para impedir que tenha esses treinamentos em locais cheio de casas”, reclamou.

Segundo testemunhas, a tragédia por pouco não foi maior. O avião teria desviado de um prédio antes de cair. “Estava no meu quarto, só escutei um barulho muito grande. Como sempre tem batidas entre carros, achei que pudesse ser isso. Minha mulher gritou e achou que tinha entrado um carro dentro da minha casa”, contou o contador Nélio Godinho, 68, que mora em uma das casas ao lado do local da queda do avião.

Segundo ele, momentos antes do acidente, um ônibus lotado passou na rua. “Meu primeiro impulso sem saber de risco foi pegar a mangueira e apagar o fogo. Foi um susto, sempre vemos voos rasantes aqui em uma velocidade enorme”, contou.

História

O Aeroporto Carlos Prates começou a funcionar em 1944 e hoje, além de atender à aviação executiva, é palco para formação de pilotos, aviação esportiva e de pequeno porte. Em 2014, outros dois acidentes ocorreram na região, mas em nenhum dos casos houve vítimas fatais.