Pandemia

Após fechamento de BH, especialistas alertam para perigos de festas em casa

Apesar dos bares, boates e espaços de eventos não estarem funcionando, muitas pessoas optam por se reunirem em casa e transmitem a doença para familiares e amigos

Por Natália Oliveira
Publicado em 07 de março de 2021 | 11:23
 
 
Especialistas alertam para transmissão mesmo com poucas pessoas reunidas Foto: Pixabay / Divulgação

Com a cidade de Belo Horizonte fechada pelo prefeito Alexandre Kalil, sendo permitido apenas o funcionamento de serviços essenciais, desde este sábado (6), cresce a preocupação com outras formas de disseminação do coronavírus, como por exemplo festas em casas. Apesar dos bares, boates e espaços de eventos não estarem funcionando, muitas pessoas optam por se reunirem em casa e transmitem a doença para familiares e amigos. 

O recomendado é que o círculo de convivência se mantenha somente entre pessoas que dividem a mesma residência. O infectologista Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em Belo Horizonte, destaca que pessoas que não moram na mesma casa não devem se reunir, pois o risco de disseminação da doença é enorme.

"Esse é o perigo máximo, quando está infectado, mesmo que sem sintomas, e em uma reunião que dura mais de uma hora, todos sem máscaras e próximos uns aos outros. Se tiver bebida alcoólica , qualquer regramento inicial vai embora imediatamente e esse é o coquetel ideal para o vírus se transmitir. Essa é a pior situação que existe . Depois as pessoas se contaminam, adoecem, transmitem umas para outras e aí fica uma cascata um dominó. Essa situação é a de maior risco para a Covid", alerta. 

O infectologista Leandro Cury compartilha da opinião. "O risco dessas aglomerações é que ninguém nessas festas usa máscara, as pessoas ficam compartilhando bebidas, beijinhos, tem uma proximidade grande com saliva e gotículas, tem a questão de que dentro de casa, em local fechado, o ar é pouco trocado e a contaminação é maior. Ainda tem o deslocamento dessas pessoas quando elas vão para festa elas estão na rua e consequentemente sujeitas a pegar e transmitir o vírus. Se cada uma dessas pessoas for em 10 festinhas, quantas pessoas ela contaminou ou teve chance de se contaminar", avalia. 

Na última sexta-feira (5), Kalil decretou o fechamento da capital mineira e destacou que a população deve ter medo de contaminar os filhos e sobrinhos, já que há quatro crianças internadas com a COVID-19 e quatro aguardando hospitalização. "Não estamos contaminando mais pai e mãe, não. Nós estamos contaminando o filho. Então aviso para a população: quem não tem medo de matar o avô ou a avó, cuidado para não matar um sobrinho e o filho", disse o prefeito. 

De acordo com o último boletim da Secretaria Municipal de Saúde, divulgado na última sexta-feira (5), a ocupação dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Covid, chegaram a 81% e de enfermaria estava em 61,9%. A cidade tinha 116.419 casos confirmados e 2.815 mortes. 

Em Minas 

Minas Gerais acrescentou, nesta quinta-feira (4), a onda roxa do programa Minas Consciente de retomada da economia. A nova onda é ainda mais restritiva que as outras e nela estão proibidos encontros mesmo com pessoas  da mesma família que não coabitam na mesma residência. Estão na fase roxa as regiões Noroeste do Estado e Triângulo do Norte. Belo Horizonte está na onda vermelha do programa.

Minas Gerais registrou 6.368 novos casos de coronavírus e 164 mortes em 24h, segundo o boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgado neste domingo (7).  Ao todo, Minas já tem 922.573 casos confirmados da doença e 19.523 mortes. Do total de infectados, 64.048 estão em acompanhamento e 839.002 já se recuperaram da doença.