CASO SOLUCIONADO

Auditor da PBH foi assassinado a mando da mulher

Quebra de sigilo telefônico e relacionamento extraconjugal com policial civil ajudaram a polícia a solucionar o caso; policial está foragido e as investigações continuam

Por JULIANA BAETA/ CÍNTHIA RAMALHO
Publicado em 21 de julho de 2014 | 17:48
 
 
Iorque foi assassinado em 2014 Reprodução Facebook

O caso do assassinato de um auditor fiscal da prefeitura de Belo Horizonte parece estar chegando ao fim. Três suspeitos do crime foram presos e apresentados na tarde desta segunda-feira (21) pela Polícia Civil, entre eles, a mulher da vítima, no Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa. Um policial civil também está envolvido, mas segue foragido. O motivo do assassinato é passional e financeiro.

De acordo com informações do delegado Rodrigo Bossi, o servidor Iorque Leonardo Barbosa Júnior, 42, foi assassinado com sete tiros quando estava a caminho do ponto de ônibus para o trabalho, no bairro Padre Eustáquio, região Noroeste da capital, no dia 18 de fevereiro deste ano.

A mulher dele, Alessandra Lúcia Pereira Lima, 41, e o amante dela, um investigador da Polícia Civil, com bastante influência na região do Barreiro, segundo o delegado, foram apontados como mandantes do crime. O policial está foragido e havia tirado licença médica do trabalho pouco antes da morte de Iorque.

Além de Alessandra, que faz parte do quadro administrativo da Polícia Civil, foram presos os mecânicos e irmãos Otávio e Flávio de Matos Rodrigues, de 36 e 39 anos, respectivamente. De acordo com as investigações, Otávio teve envolvimento direto no crime, estando no carro em que o atirador chegou para matar Iorque, e Flávio ajudou a esconder o veículo em sua oficina.

A polícia descobriu o envolvimento da esposa da vítima, de Otávio e do policial por meio da quebra do sigilo telefônico dos três. Além disso, a conclusão do caso foi possível após a constatação de que a pessoa responsável pelo crime conhecia bem a rotina da vítima.

Foi descoberto que na madrugada do dia do crime, o mecânico, a mulher e o policial trocaram várias mensagens. Inclusive, pouco antes do assassinato, o atirador foi avisado da localização de Iorque após receber uma chamada telefônica que partiu de dentro da casa do servidor, onde, naquele momento, estavam apenas Alessandra e a filha de 13 anos do casal.

Por meio de imagens de câmeras de segurança da região, a polícia identificou o carro em que chegou o atirador de Iorque, que estava ocupado por três pessoas e, uma delas, a polícia tem certeza ser Otávio. Já o irmão dele, Flávio, foi responsável por esconder o veículo em sua oficina, mas alegou que o carro era clonado e que estava na oficina para ser consertado. No entanto, o dono do veículo disse que Otávio havia o comprado no dia do crime. Na oficina, o carro já estava totalmente descaracterizado.

Alessandra, Otávio e Flávio negam a participação no crime. A polícia acredita que com a prisão dos três, as várias testemunhas que presenciaram o assassinato se sintam seguras para ir à polícia e depôr com o que viram. As investigações continuam.

Passional

Ainda segundo o delegado  Rodrigo Bossi, Alessandra nega o relacionamento extraconjugal com o policial foragido, e afirma que o  namorou há 22 anos mas que depois que conheceu Iorque, nunca mais se relacionou com ele. No entanto, a polícia tem certeza do relacionamento atual entre os dois porque foi detectada uma mensagem do policial para a mulher, dizendo: “me liga, preciso ouvir sua voz”.

Financeiro

Outro motivo para Alessandra ter mandado matar o marido, era que com a morte dele, a mulher teria certa estabilidade financeira. Com a morte de Iorque, o apartamento no valor de R$ 405 mil comprado pela vítima há pouco tempo seria totalmente quitado e iria para Alessandra e a filha dos dois. Além disso, a pensão por morte que a mulher receberia é de R$ 15.438 mensais, além das férias acumuladas que ele tinha, no valor de R$ 132.7905.