Irregularidades

Belo-horizontinos relatam dificuldades para denunciar aglomeração na capital

Prefeitura, no entanto, afirma que todas as denúncias feitas por meio da ouvidoria são averiguadas

Por Daniele Franco
Publicado em 05 de maio de 2020 | 21:40
 
 
Rua Desembargador Jorge Fontana Belvedere Foto: Google Street View/Reprodução

Mesmo com as aglomerações proibidas em Belo Horizonte, alguns moradores têm desrespeitado a regra e promovido encontros perigosos para a situação de pandemia que a cidade vive. Segundo uma profissional de educação física de 28 anos que não quis se identificar, os moradores do apartamento acima do dela estão promovendo sessões semanais de cinema entre amigos. "Além do absurdo por conta da quarentena, eles colocam a TV, telão, música alta até mais de 22h", relatou.

Ela afirma que já registrou uma denúncia na Ouvidoria da PBH, pelo site, mas até hoje não recebeu sequer uma confirmação de recebimento da solicitação. A dificuldade na denúncia também é relatada pela estudante Raíssa Santos, de 28 anos, que mora no Barroca, Oeste de BH. Segundo ela, já foram quatro tentativas de denunciar um estabelecimento comercial funcionando irregularmente como bar na vizinhança. "O máximo que recebi foi uma resposta automática que dizia que a PBH estava trabalhando no combate ao coronavírus, mas o local continua funcionando normalmente", diz.

A assistente social Tânia Santos, de 60 anos, também tentou denunciar a aglomeração de pessoas na Escola Guignard, no bairro Mangabeiras, Centro-Sul de BH. Ela relata que é frequente o uso do espaço para encontros entre amigos e passeios com animais de estimação. "Como a escola ainda possuo funcionários que vão regularmente o risco é alto", se preocupa.

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Questionada sobre possíveis dificuldades no atendimento das solicitações, a Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção (SMSP) informou que todas as denúncias recebidas são averiguadas e disse que os casos relatados são demandas pontuais. Até segunda-feira (4), 18.067 abordagens já haviam sido feitas pela Guarda Municipal de BH, que informou que o número compreende tanto os casos denunciados pela Ouvidoria da PBH quanto abordagens que agentes fazem espontaneamente durante as patrulhas.