A abertura de seis leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Sistema Único de Saúde (SUS) de Belo Horizonte na quarta-feira (24) não foi suficiente para garantir a diminuição da taxa de ocupação na rede, que retornou à margem do colapso, segundo boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-BH).
Relatório publicado agora à noite revela que, apesar da inauguração de mais seis vagas em UTIs dedicadas a cuidados com pacientes diagnosticados com o coronavírus, a taxa de ocupação no sistema público em relação a esses leitos especializados pulou de 93,8% – registrada na terça-feira (23) – para 97,7% no dia seguinte.
Cenário é pior nos hospitais particulares da capital mineira que, de acordo com o levantamento do município, detém taxa de ocupação dos leitos de UTI Covid-19 em 115,4%. Índice na rede privada era de 111,9% na terça-feira, e indicador cresceu apesar do incremento de quatro leitos de terapia intensiva feito nas últimas 24 horas. Unidades de saúde privadas colapsaram há sete dias, na quarta-feira (17).
Circunstância semelhante se repete em relação à ocupação total dos leitos de UTI para doentes com a infecção em Belo Horizonte. Foram abertos dez leitos, entre os do SUS e os da rede particular, nas últimas horas de quarta-feira, mas taxa total de ocupação da UTI na cidade aumentou de 102,3% para 105,9% no curto período de um dia para o outro.
Elevação no número de moradores de BH que requerem cuidados especiais em leitos de UTI em função de complicações de saúde ligadas à Covid-19 é percebida pelo crescimento nas solicitações de internação. Apenas do início do mês para cá, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) foi obrigada a abrir 194 leitos de UTI Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, a capital mineira concentra seu maior número de vagas de terapia intensiva desde o início da pandemia – são 477, tendo 33 sido inauguradas apenas nos últimos três dias. Hospitais particulares guardam 415 leitos de UTI para Covid-19 – todos ocupados.
Em relação às enfermarias, documento epidemiológico indica que a taxa total de ocupação dos leitos para acolhimento de pacientes com a infecção está em 89,6%, o que mantém o nível de alerta no vermelho. Na rede SUS, ocupação de enfermarias é de 77,4% e são 1.152 leitos existentes. Por outro lado, na rede privada, são 764 vagas a ocupação já atingiu 108%.
Fora o monitoramento diário do número de leitos, o boletim da Secretaria de Saúde indica que o número médio de transmissão por infectado (RT) manteve-se em 1,16 entre terça e quarta-feira. Índice, na prática, representa que a cada cem moradores de Belo Horizonte infectados com o coronavírus, outros 116 também adoecem.
Cenário
Belo Horizonte responde por mais de 135 mil mineiros diagnosticados com o coronavírus desde o início da pandemia, e o número de mortes na capital mineira está em 3.055. Indicadores de imunização revelam que 205.865 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 na cidade até terça-feira, e foram aplicadas 80.690 segundas doses até agora.O Sistema Único de Saúde (SUS) de BH colapsou no domingo (21), segundo boletim epidemiológico publicado no dia seguinte, a segunda-feira (22). À ocasião, taxa de ocupação atingiu 101,4%, mas caiu 24 horas depois com a abertura de 27 novos leitos de UTI Covid-19.