Você sentiu que o calor somado ao ar seco estavam excessivos nesta terça-feira (13) em Belo Horizonte? Não era apenas impressão sua. Nesta tarde, termômetros na capital registraram o dia mais quente do inverno deste ano, com a máxima atingindo os 30,6º C na cidade e região metropolitana, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Pode parecer estranho, mas esse calorão todo significa que vem frio por aí. Segundo o meteorologista do instituto Cléber Souza, a elevação de temperatura é o primeiro indício da vinda de uma nova frente fria. “Isso é o que chamamos de advecção de temperatura”, explica. Esse fenômeno está relacionado com a mudança de temperatura causada pelo movimento de ar de vento.
A frente fria, conta ele, está vindo do litoral do Sudeste, e há previsão de chegada no Estado entre quarta-feira (14) à noite e quinta (15) pela madrugada. As temperaturas devem permanecer baixas por todo o resto da semana, podendo chegar a mínima de 9 ° C.
O especialista também derruba o mito de que o inverno, pelo menos no Brasil, é feito apenas de baixas temperaturas. “Estamos sob efeitos da atuação de massas de ar continental [que provoca calor], e é normal que as temperaturas se elevem durante a estação", diz. Segundo ele, o Estado passa pela quinta passagem de ar continental somente neste inverno.
Por causa disso, Souza destaca que o nível de calor da estação ainda está na média do que vem sendo registrado nos últimos anos. “Além disso, só vamos saber se tivemos o inverno mais quente da média histórica quando ele chegar ao fim”, pontua.
Umidade baixa
A ação de uma massa continental também provoca queda na umidade relativa do ar. Nesta terça, o ponto mais crítico dessa condição foi registrado na região da Pampulha, quando chegou aos 23% - a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica o mínimo de 30% da umidade relativa do ar para que se mantenham as boas condições de saúde.
“Esse indício é considerado péssimo, porque favorece doenças respiratórias em idosos e crianças”, observa o meteorologista. Com a chegada da nova frente fria, entretanto, a previsão é que esse índice aumente e chegue aos 45% a partir de quinta-feira (15).
Sem previsão de chuvas
Apesar de a frente fria poder provocar chuvas em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, o Estado de Minas Gerais não será impactado significativamente.
“É uma frente fria que passa pelos oceanos, mas que chega mais fraca no continente. É possível que chova um pouco em cidades da Zona da Mata, na região do Rio Doce e no Vale do Jequitinhonha, mas a chuva não deve passar dos 12 milímetros”, aponta o meteorologista Heriberto dos Anjos
Apesar de existir chance de cair água sobre o Estado, não há previsão de chuva para a capital e região metropolitana pelos próximos 15 dias. O máximo que pode ocorrer são rajadas fortes de vento na região de Cercadinho a partir de quinta-feira.