Com a promessa de oferecer mais conforto e rapidez ao usuário do transporte coletivo da capital mineira, mas sem aumento de tarifa, a Transfácil (Consórcio Operacional do Transporte Coletivo de Passageiros por Ônibus do Município de Belo Horizonte) experimenta uma nova modalidade de serviço na cidade: o aplicativo de transporte sob demanda Shotl, voltado para os ônibus de linha urbana. Os testes começaram na última segunda-feira e seguem até o próximo dia 11, segundo a entidade. 

Um funcionário da Transfácil tem convidado pequenos grupos de usuários na estação São Gabriel, na região Nordeste, para testar o aplicativo. Os passageiros são orientados sobre como baixar e usar o Shotl e recebem um panfleto, que mostra a área e o horário atendidos. 

Há mais de 50 pontos de ônibus virtuais estabelecidos na área de cobertura do aplicativo, nos quais o passageiro pode embarcar ou desembarcar dos micro-ônibus, que têm 20 assentos. Quem baixou o aplicativo precisa deixar o GPS ativo e digitar a localização desejada, para que o Shotl oriente sobre o melhor lugar para entrar no veículo. Quando o ônibus se aproxima do local de desembarque, o motorista dá o aviso ao passageiro. 

“Estamos fazendo um teste mais controlado e, com os dados obtidos, vamos poder definir quais vão ser as próximas etapas. Nosso objetivo é verificar qual vai ser a aceitação do cliente e qual a viabilidade do aplicativo para a população”, explicou Ana Flávia da Silva, coordenadora de Mobilidade da Transfácil.

Avaliação

Operador de máquinas, Leonardo Pinheiro Souza gostou de usar o aplicativo. “Pedi o ônibus, e ele chegou rapidinho. Por estar mais vazio, não fiquei parando nos pontos. É algo que veio pra somar”, elogiou, acrescentando que costuma esperar o coletivo convencional por 30 minutos. 

Autônomo, Jonatas da Silva Sena achou a proposta inovadora e de fácil utilização. “A maior vantagem vai ser a locomoção dentro dos bairros, onde o ônibus depende muito do trânsito”, avaliou. Até a tarde de ontem, 17 pessoas tinham experimentado a novidade.

Detalhes

Abrangência

Nessa etapa, estão na área de cobertura os bairros Minaslândia, Providência, Guarani, Primeiro de Maio e parte do Dona Clara, na Pampulha e nas regiões Norte e Nordeste. O serviço está disponível de segunda-feira a sexta-feira, das 6h às 20h

Valor

A tarifa pode ser paga com o cartão BHBus ou em dinheiro, ao condutor, ao mesmo custo das linhas suplementares, R$ 3,15.

Onde baixar
Google Play e App Store
 

BHTrans acompanha estudo

O motorista Marcos Gomides de Souza, que conduz os micro-ônibus nessa fase de testes, explica que quem determina a rota a ser feita é o aplicativo. “Só preciso marcar quem entrou e avisar as pessoas quando elas devem sair. É bem parecido com um aplicativo de carro. Basta eu ir seguindo o caminho no GPS”, afirmou.

Questionada pela reportagem se existe algum estudo de regulamentação para o uso de aplicativos para o transporte coletivo, já que a novidade em teste poderia mudar os requisitos a serem exigidos das empresas de transporte, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) respondeu que os serviços sob demanda buscam trazer novas opções de transporte coletivo e que terá de aguardar a consolidação dos dados para análise e definição dos próximos passos. 

Presidente do Sindicato dos Rodoviários de BH, Paulo César da Silva afirmou que a entidade não foi convidada para acompanhar a implementação do teste e que, mesmo com as poucas informações disponíveis sobre a novidade, a expectativa é que a mudança não gere impacto entre os trabalhadores da categoria. Ele disse que pretende fiscalizar o estudo da Transfácil e que, ao que tudo indica, os motoristas que vão trabalhar na modalidade serão os já contratados.