Os militares do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais já removeram mais de cem pessoas de áreas de risco nas proximidades da cidade de Pemba, no Moçambique, afetada pela passagem do ciclone Kenneth e pelas chuvas.
O ciclone atingiu o país no dia 25 de abril e destruiu parcialmente ou completamente 3.300 casas e cerca de 18 mil pessoas ficaram desabrigadas. Pelo menos cinco pessoas morreram. Com rajadas de vento de 280 km/h, o Kenneth atingiu o território moçambicano com força superior à do ciclone Idai, que provocou cerca de mil mortes no centro do país e no Zimbábue, em 14 de março.
Três equipes da corporação estão realizando buscas e salvamentos no local, onde há vários pontos de inundação. "Os militares estão reportando alagamento na altura da cintura em muitos pontos. Em becos, vielas e comunidades, a correnteza está começando a ficar um pouco mais forte, então todos estão sendo extraídos e levados para escolas e igrejas nos pontos mais altos", conta o capitão Kleber Castro, subcomandante da Operação Moçambique.
Segundo ele, a todo momento chegam informações de bairros em situações críticas ao posto de comando, e as equipes em campo mudam de localidade conforme a necessidade. Os militares iniciaram os trabalhos às 6h e devem encerrar as buscas no final do dia.
"Nossos locais de atuação em Pemba são mais baixos, onde há uma confluência de fatores: final de temporada de chuvas, com rios já bastante cheios, maré alta, por ser uma área litorânea, o que diminui velocidade de escoamento dos rios, e solo encharcado", explica o capitão. "A gente está fazendo o melhor serviço possível, para atender o maior número de pessoas possível com buscas e salvamentos", completa.
Ainda de acordo com o capitão Castro, chove há mais de 12 horas em Pemba. A expectativa é de 700 mm de chuva nos próximos dez dias, o que é motivo de preocupação. "Isso em muitas cidades de Minas Gerais não chove durante o ano todo. Se chover metade do que está previsto, já é muito".